Revisão trimestral: como analisar o que vem dando certo e errado em seu negócio

Inserir análises de indicadores-chaves do seu negócio e uma reavaliação de rota a cada três meses pode ser útil para diagnosticar rapidamente problemas e manter sua empresa atualizada com as tendências de mercado

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Por Itaú Empresas

4min minutos de leitura

É comum que, ao final de cada ano, empreendedores e empreendedoras reservem um tempo em suas agendas para avaliar o que deu certo nos últimos 12 meses, o que pode ser melhorado e quais são as próximas metas dos seus negócios. Mas, ao longo deste período, muitas variáveis podem impactar esse planejamento empresarial: desde fatores externos como política, economia, clima e tendências de mercado; a internos, como mudanças na equipe, flutuações na produtividade, alterações na estrutura organizacional e desafios na cadeia de suprimentos. Desta forma, nem sempre os processos planejados em janeiro darão certo ao longo dos meses.

Por isso, é indicado incluir nas estratégias anuais as revisões periódicas, que podem ser vistas como o momento que marca a “próxima fase” do ciclo de planejamento estratégico do seu negócio. A passagem por cada uma dessas etapas garante que as lições aprendidas e os insights adquiridos sejam integrados de forma mais gradual e profunda, mantendo a estratégia da empresa dinâmica e adaptável.

Por que abril é um bom mês para a primeira revisão de planejamento do ano?

Abril marca o fim do primeiro trimestre, um espaço de tempo no qual já é possível avaliar o impacto das estratégias implementadas no início do ano, observar as tendências e adaptar-se a possíveis mudanças no mercado. Em três meses já podem estar visíveis alguns desvios nas expectativas e novas oportunidades não vislumbradas anteriormente.

Mas esse marcador, claro, não precisa ser de três meses. Essa é uma média indicada para grande parte dos negócios pois permite coletar informações suficientes para uma análise concreta do desenvolvimento da empresa e também ter um tempo hábil para recalcular rotas. O mais importante é entender que estas avaliações periódicas irão marcar cada fase do planejamento anual, que nunca deve ser lido como finalizado, pois precisa ser continuamente revisado para que se possa caminhar em um mercado em constante evolução.

Quais métricas analisar na revisão trimestral?

Uma avaliação como essas pode ser baseada em múltiplos fatores, a depender do que a gestão gostaria de mapear e do plano de negócio. Mas, quando se tratam de pequenas e médias empresas, há indicadores-chave que podemos dizer que são essenciais para obter insights valiosos sobre o estado financeiro e operacional do empreendimento.

- Indicadores financeiros do trimestre

Os indicadores financeiros básicos são a margem bruta, que, como o nome sugere, mede o lucro bruto de um negócio em valor percentual; a margem líquida, que reflete o que realmente fica como lucro para a empresa após todas as despesas; os custos, que estão diretamente ligados à atividade principal da empresa, como a compra de matéria-prima e salários dos funcionários de produção; e as despesas, que são gastos não diretamente ligados à atividade-fim, como salários administrativos, contas de telefone e material de limpeza.

A margem de contribuição é um indicador importante para o setor do comércio, por exemplo, porque aponta o quanto do valor obtido por meio das vendas está sendo destinado ao pagamento dos gastos fixos, antes de gerar um lucro para o negócio. Ou seja, ela mostra o potencial de lucratividade de um produto ou serviço, mas não representa o lucro em si - este representa o ganho efetivo obtido após a venda de produtos, mercadorias ou serviços.

Outros indicadores financeiros importantes para ter no seu radar são:

  • Ponto de equilíbrio: usado para identificar quando a receita total de uma empresa iguala seus custos e despesas totais, apontando a ausência de lucro ou prejuízo. O ideal é alcançar o ponto de equilíbrio com o menor faturamento possível, pois, a partir desse ponto, qualquer receita adicional começa a gerar lucro.
  • Ticket médio: indicador amplamente conhecido por comerciantes, avalia basicamente quanto, em média, cada cliente gasta na sua empresa - o que ajuda a entender a aceitação dos seus produtos e serviços pelo público.
  • Liquidez: é um importante reflexo da saúde financeira do negócio, já que reflete a capacidade de uma empresa pagar suas contas e cumprir com suas obrigações financeiras de curto prazo, como pagamento a fornecedores e funcionários.

- Desempenho operacional

Além da saúde financeira, é importante incluir em sua análise trimestral alguns indicadores que tracem um diagnóstico da eficácia operacional da empresa neste período. Alguns desses indicadores incluem:

  • Taxa de retorno de clientes: quantos clientes voltam a fazer negócio com a empresa após uma primeira compra.
  • Tempo médio de resposta: reflete a eficiência do atendimento ao cliente.

  • Eficiência dos processos internos: métricas como o tempo de ciclo de produção ou de entrega ajudam a identificar gargalos que afetam a produtividade e pontualidade na entrega de produtos ou serviços.

  • Taxa de erro ou defeito: taxas altas podem sugerir problemas no controle de qualidade ou nos processos de produção.

  • Engajamento e satisfação da equipe: indicadores como taxa de turnover, absenteísmo e feedbacks dos colaboradores revelam sobre como anda a qualidade e saúde do ambiente de trabalho.

- Gestão de riscos e oportunidades

A detecção precoce de riscos permite às empresas desenvolverem estratégias mitigadoras, evitando surpresas desagradáveis. Da mesma forma, identificar oportunidades de crescimento e tendências de mercado favoráveis durante essa revisão pode posicionar a empresa à frente da concorrência. Alguns dos principais indicadores a considerar incluem:

  • Análise SWOT (sigla em inglês para "Forças, Fraquezas, Oportunidades, Ameaças"): esta ferramenta ajuda a identificar riscos internos e externos, além de oportunidades que podem ser exploradas.

  • Análise de sensibilidade: avalia como diferentes cenários de risco afetam os resultados financeiros da empresa, ajudando a preparar respostas para variações de mercado.

  • Índice de volatilidade de mercado: esse índice monitora as mudanças nas condições do mercado que podem impactar negativamente a operação e as estratégias de negócio.

  • Monitoramento da concorrência: estar de olho nas atividades dos concorrentes para antecipar-se a mudanças no mercado e identificar oportunidades de se destacar.

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Como analisar esses indicadores?

Ao realizar uma avaliação trimestral é importante ter em mente que as métricas obtidas não irão refletir o contexto completo do negócio, mas, sim, um recorte específico que é influenciado por inúmeros fatores ocorridos ao longo dos três meses analisados.

É a comparação de resultados ao longo dos trimestres que irá oferecer, ao final do ano ou de um ciclo maior, uma perspectiva mais detalhada da trajetória da empresa, revelando padrões e o impacto de decisões estratégicas passadas. Busque sempre comparar os indicadores com as tendências do mercado e entender como sua empresa está se saindo em relação aos concorrentes e ao setor. Assim, você poderá identificar potenciais áreas para melhorias e oportunidades de expansão.

De qualquer forma, parar para analisar esses dados não é uma tarefa simples. Por isso, algumas ferramentas, como o uso de softwares de gestão podem ser muito úteis, seja automatizando esse processo de revisão ou fornecendo dados precisos.

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