Mulheres empreendedoras conversando

Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino: O futuro é delas

Na semana do Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, descubra como milhares de empreendedoras estão superando desafios e se destacando no cenário dos negócios no Brasil.

Por Itaú Empresas

7min minutos de leitura

Por anos o empreendedorismo foi um campo predominantemente dominado por homens. No Brasil, apesar de mulheres constituírem aproximadamente metade da população, a presença feminina nos cargos de liderança no mercado foi, por muito tempo, limitada por dificuldades históricas, que vinham desde a necessidade de assinatura do marido em documentos comerciais e bancários até barreiras sociais e culturais. No entanto, nas últimas décadas, o cenário mudou significativamente.

O crescimento do empreendedorismo feminino nos últimos anos pode ser atribuído a vários fatores: o avanço na luta pela igualdade de gênero, o aumento do acesso à educação e a crescente conscientização sobre a importância da diversidade nos negócios, por exemplo, têm sido elementos-chave nesta transformação. Além disso, o apoio de políticas públicas e iniciativas privadas voltadas para este segmento também contribuíram para essa mudança.

No Brasil, essa realidade é especialmente marcante. Segundo a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizada pelo Sebrae em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ) em 2020, nosso país é o sétimo no ranking mundial em número de mulheres empreendedoras: dos 52 milhões de donos de negócios, 48% são mulheres.

Este movimento reflete o progresso nos direitos das mulheres, representa diversidade - que é uma demanda de mercado - e tem o poder de trazer renovação ao mundo empresarial. No entanto, apesar desses avanços, as empreendedoras ainda enfrentam desafios significativos, como a dupla jornada, dificuldades no acesso a crédito e menos oportunidades do que os homens no mercado de trabalho.

Nesta semana em que celebramos o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, convidamos você a pensar conosco nesses desafios e em como podemos ultrapassá-los.

Por que celebrar o Dia do Empreendedorismo Feminino?

Desde 2014, o dia 19 de novembro foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino. A data foi para celebrar as conquistas das mulheres que lideram negócios, mas principalmente para marcar um compromisso mundial de enfrentamento das barreiras que ainda limitam a igualdade de gênero no mercado de trabalho.

Para isso, a entidade partiu de uma conscientização sobre a necessidade de apoiar e incentivar as mulheres no mundo empresarial, reconhecendo que elas enfrentam desafios únicos pelo fato de serem mulheres e que, por isso, representam um potencial inexplorado para a economia global.

No Brasil, que conta com um número exponencial de mulheres donas de negócio, a importância do empreendedorismo feminino é enfatizada também pela recente Lei 14.667/23, que institui a Semana Nacional do Empreendedorismo Feminino, reforçando o papel vital das mulheres no desenvolvimento econômico e social do país.

Entre a necessidade e o sonho

A independência financeira e a flexibilidade de horário são os principais motivos que levam as brasileiras a abrir um negócio próprio (Serasa Experian, 2022), mas é importante ter em mente que o cenário do empreendedorismo feminino, principalmente após os anos de pandemia, tem um outro lado: o da necessidade, diante da falta de oportunidades no mercado de trabalho.

De acordo com o estudo "Mulheres Empreendedoras e seus Negócios 2022", do Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME) e do Instituto Locomotiva, 24% das empreendedoras abrem suas empresas devido à falta de emprego, e 13% porque não viam outras opções. Esta situação se dá, principalmente, quando falamos de mulheres negras, que, de acordo com o Sebrae (2021) representam 47% das empreendedoras brasileiras.

Apesar disso, de acordo com a pesquisa, a maior parte das empreendedoras ainda escolhem este caminho por vislumbrar uma oportunidade de crescimento na carreira. A independência é o principal atrativo para 38% delas, já 34% enxergam o empreendedorismo como uma forma de ter mais oportunidades, enquanto 35% dizem que ter seu próprio negócio sempre foi um sonho.

Os números mostram que, além de ser uma saída para desafios econômicos, o empreendedorismo também é uma escolha que reflete o desejo de autonomia, crescimento pessoal e a realização de sonhos que, muitas vezes, vêm de gerações de mulheres da mesma família. Para muitas, liderar um negócio pode ser mais do que uma fonte de renda, mas uma jornada de empoderamento e autoafirmação.

Empreendedorismo Feminino e seus desafios e motivações

Mesmo estas pessoas, porém, não encontram um cenário fácil ao decidir empreender: em um mercado ainda dominado por homens, a jornada de mulheres à frente dos seus negócios é marcada por obstáculos únicos, como dificuldades maiores para obter créditos e investimentos, para construir uma rede de contatos sólida e confiável ou para conciliar as tarefas de casa com o trabalho.

Esta última, conhecida como dupla jornada de trabalho, é identificada como a principal entrave para 41% das empreendedoras de acordo com a pesquisa da Serasa Experian (2022), figurando junto com o preconceito de fornecedores, parceiros e clientes entre os maiores problemas que enfrentam. Além disso, 37% delas acreditam ter menos oportunidades que os homens no mercado de trabalho.

Por fim, o desenvolvimento de habilidades específicas, como liderança e gestão, é fundamental. Muitas mulheres podem se sentir inseguras devido à falta de experiência ou formação em certas áreas de negócios, o que enfatiza a importância dos programas de capacitação voltados a este segmento.

Empoderamento e acesso a redes de apoio

Apesar desse cenário desafiador, 63% das mulheres (Serasa Experian, 2022) revelam que a autonomia sobre a vida pessoal e profissional é o que mais as motivam a continuar empreendendo - o que foi constatado no espaço de mentoria Entre Elas, que o Itaú Empresas montou nos dois dias do Festival Rede Mulher Empreendedora (RME), em outubro.

“Empreender, para mim, tem algo de muito importante que é a autonomia: onde colocar a minha energia, onde colocar minhas ideias, onde seguir com ideias que ninguém quer seguir, mas que eu quero por em prática”, afirmou, na ocasião, uma das mentoras do espaço, a influenciadora digital e empresária Aline Ferraz.

Segundo participantes ouvidas nos dois dias de evento, esta independência citada por Ferraz figura junto com o apoio e incentivo a que outras mulheres abram seus próprios negócios, como combustíveis para enfrentar desafios como a solidão, por exemplo.

É justamente nesse sentido que o Itaú Mulher Empreendedora (IME) atua há 10 anos: criando uma rede de apoio para impulsionar negócios de mulheres e alavancar suas jornadas empreendedoras. Por meio de encontros e parcerias, o programa promove a troca entre as participantes, ajudando na formação de redes de contato valiosas para fortalecer essas mulheres no mundo dos negócios.

Além disso, o IME fornece recursos que vão desde a formação em áreas-chave do empreendedorismo até a atenção especial a particularidades dentro deste segmento, como negócios de mulheres negras e pardas. Mais de 800 mil mulheres já foram impactadas e te convidamos a aumentar esta rede. Clique aqui e explore todas as possibilidades que o programa oferece.