Entenda o que é pró-labore e saiba como gerenciar
Por Itaú Empresas

Ei, empreendedor! Você tem um salário fixo? Essa pergunta pode parecer estranha. Afinal, salário é um benefício para quem trabalha com carteira assinada. Porém, saiba que você pode — e deve — definir o valor da sua própria remuneração. E esse será o seu pró-labore.
O que acontece, na maior parte das vezes, é que o empreendedor acredita que não precisa definir uma remuneração porque usa tudo para investir no negócio ou porque tudo o que sobra de lucro vai para cobrir as despesas pessoais. Mas, fazendo assim, sua gestão financeira vai por água abaixo.
Pensando nisso, preparamos este post para ajudar você a criar e gerenciar seu pró-labore com mais facilidade e eficiência. Vem com a gente!
O que é pró-labore?
Pró-labore significa “pelo trabalho”, é uma expressão originada do latim. Ele se equipara a um salário direcionado à liderança ou aos sócios de uma empresa, embora não possamos legalmente usar a palavra “salário” para defini-lo quando se trata de um pagamento para o próprio empreendedor.
Seu cálculo é baseado nas atividades feitas pelo empresário e no valor estabelecido pelo mercado. Dessa forma, na prática, o pró-labore se torna uma despesa do empreendimento. Ele pode ter um montante fixo, mas também pode se referir a uma remuneração eventual por serviços prestados pelo sócio ou empreendedor à organização.
Assim, mesmo que você seja o dono da empresa, tente encarar o negócio como uma pessoa diferente de você, como realmente é — a pessoa jurídica. Afinal, como proprietário ou sócio, você cumpre um papel importante e precisa ser remunerado por esse trabalho.
Por que é importante ter um pró-labore?
Quando não existe essa separação de uma pessoa jurídica pagando pelos serviços de uma pessoa física — mesmo em uma relação de proprietário e empresa —, é muito fácil que as finanças fiquem embaralhadas. Dessa forma, sempre que o empreendedor precisar de recursos para arcar com dívidas pessoais, ele provavelmente vai tirar dinheiro do caixa sem fazer nenhum planejamento, e isso vai prejudicar muito o negócio.
No entanto, talvez você se pergunte: “E se a empresa lucrar mais? Não vou poder tirar vantagem disso?”. Certamente sim. Mas é bom deixar claro que a participação nos lucros é uma remuneração diferente do pró-labore. Também pode acontecer de um dos sócios não prestar nenhum serviço para a operação. Desse modo, ele não recebe o pró-labore e tem somente a participação nos lucros, como os demais proprietários.
No caso do Microempreendedor Individual (MEI), essa gestão é mais simplificada, pois ele não precisará emitir recibos de pró-labore. Assim, mesmo que o empreendedor não tenha essa remuneração bem-definida, não haverá nenhuma implicação legal. É preciso apenas não ultrapassar o limite de R$ 81 mil anuais (ou R$ 6.750 mensais), que é o teto da categoria.
No caso de empresas maiores, a situação é diferente. O pró-labore é obrigatório e precisa ser definido no contrato social, e sobre esses saques serão calculados impostos como Previdência Social e Imposto de Renda Pessoa Física (retido na fonte).
Agora que você já entendeu o que é pró-labore e por que sua empresa precisa usar esse tipo de gestão, saiba como calcular o valor ideal para você.
Qual o melhor método para definir corretamente o pró-labore?
Você vai ver que é até fácil calcular seu pró-labore. Vamos compartilhar aqui alguns critérios para que você chegue a um valor justo para o seu volume de trabalho e condizente com o que o mercado paga.
Liste suas funções de trabalho
O primeiro passo é construir uma lista para checar, a fim de detalhar todas as funções que você exerce no dia a dia da empresa. A ideia é tentar relacionar o que você faz com algum cargo que já existe no mercado.
Faça uma pesquisa de mercado
Assim que você conseguir equiparar suas atividades na empresa a um cargo específico no mercado, consulte a média salarial paga para esse tipo de profissional. Você pode usar sites especializados em recrutamento, jornais ou sites.
Identifique outras despesas
Leve em conta também gastos com INSS ou impostos do Simples Nacional. Dessa forma, você pode definir uma remuneração líquida que dê conta de suas despesas mensais.
Tenha bom senso
É claro que é preciso ter equilíbrio ao definir um pró-labore porque nem sempre vai ser possível receber uma remuneração que a gente deseja, não é verdade? Você vai precisar avaliar a realidade do seu negócio para determinar se ele vai conseguir suportar o pagamento da sua remuneração e ainda dar conta de outros custos operacionais.
Como gerenciar bem o pró-labore?
Depois de definir seu pró-labore, é a hora de entender como organizar suas finanças. E isso não é nenhum mistério. Vamos lá?
Lembre-se de que você é um custo da sua empresa
O primeiro passo para gerenciar bem seu pró-labore é enxergar seu trabalho como um custo operacional em qualquer projeto. Ao orçar serviços ou produtos, é fundamental inserir sua remuneração como um item a ser pago.
Quando o empreendedor assume a ideia de que seus ganhos são “o que sobrar” ou “o lucro”, ele corre o risco de não ter receita suficiente para seu pró-labore ou de não ter recursos suficientes para investir na empresa. Se o cliente achar que o preço ficou alto demais para contratar e você ceder à pressão de tirar o custo do seu trabalho, acabará literalmente trabalhando de graça.
Separe as finanças do negócio das contas do negócio
Essa é uma premissa básica da gestão financeira de qualquer empresa. Seu negócio precisa ter uma conta bancária própria, de preferência PJ. E você, como administrador, terá sua conta pessoal.
Determine datas de retirada
Defina uma data para transferir o pró-labore da conta PJ para sua conta pessoal. Se houver outros colaboradores, é recomendado que essa data coincida com o pagamento dos demais funcionários. Se houver sócios, combine as condições de como essas retiradas serão feitas e deixe tudo documentado em cartório.
Como efetuar o pagamento do pró-labore sem prejudicar a saúde financeira da sua empresa?
Para que você faça a retirada do seu pró-labore sem comprometer a gestão financeira da empresa, é preciso um bom planejamento. Primeiro, faça uma lista de todos os custos do negócio, como contas de consumo, compra de insumos, pagamento de funcionários, impostos, equipamentos e softwares.
O segundo passo é analisar o faturamento mensal médio. Daí, quando você subtrai as despesas do faturamento mensal, você chega à sua margem de lucro. Com base nesse lucro, você vai definir se o que você calculou de pró-labore se encaixa de forma razoável.
Essa visão vai garantir que você conseguirá retirar seu pró-labore sem afetar o custeio das operações do negócio, entende?
Como você pôde perceber, o cálculo do pró-labore não é subjetivo. É preciso planejar com cuidado para assegurar que você, como empreendedor, tenha uma remuneração justa e, ao mesmo tempo, não comprometa o crescimento da sua empresa. Avaliando todos os critérios que listamos aqui, sua gestão financeira será um sucesso!
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