Qual deve ser a prioridade ao pensar em diversidade e inclusão?
Por Itaú Empresas
Diversidade e inclusão se tornaram o foco de empresas nos últimos tempos. Mas o que está por trás dessa pauta? E por que será que ela é tão importante assim para os negócios?
Antes, precisamos contextualizar. A diversidade está relacionada à representatividade. Já a inclusão se refere a inserção no contexto do mercado para pessoas com as mais diversas características ou que, historicamente, eram excluídas de algumas oportunidades. No mercado de trabalho, isso significa proporcionar um ambiente seguro e criar oportunidades iguais de crescimento.
E quem está no foco das práticas de diversidade e inclusão? Todos os grupos que, ao longo da história, contam com um contexto de exclusão, como LGBTQI+, negros e pessoas com deficiência.
A seguir, explicamos quais práticas uma empresa precisa adotar e respondemos às perguntas feitas no início desta matéria. Acompanhe!
Afinal, por que falar de diversidade e inclusão?
Já se foi a época em que empresas promoviam um ambiente totalmente homogêneo. No entanto, se nossa sociedade é tão diversificada e se cada pessoa tem algo a contribuir, não aceitar a pluralidade é se fechar para a possibilidade de crescimento.
Falar de diversidade e inclusão é falar, também, de cidadania, igualdade e respeito — valores que humanizam a empresa. É na soma de ações desse tipo que se dá a transformação para se construir um mundo melhor.
No ambiente da empresa, práticas desse tipo são necessárias. Em primeiro lugar, são benéficas à sociedade, por contribuírem com mais equilíbrio de oportunidades. A empresa também se beneficia: trabalhar com pessoas que pensam de forma diferente e chegam com histórias diferentes faz a mentalidade da equipe crescer, as capacidades de todos se complementarem e a criatividade aumentar.
Quais são as vantagens de ter mais diversidade e inclusão?
Adotar diversidade e inclusão proporciona muitas vantagens. Confira!
Torna o ambiente de trabalho mais produtivo e criativo
De acordo com um levantamento feito por McKinsey & Company, empresas abertas a essas práticas conseguem entregar resultados até 25% melhores. Já um estudo publicado pela Milwalkee Independent percebeu que estabelecimentos com pessoas LGBTQI+ em altos cargos contam com uma produtividade 61% maior. Quanto mais pessoas diferentes, mais ideias a empresa tem; assim, mais inovadora se torna.
Melhora o clima organizacional
Ser a favor de mais diversidade e inclusão faz o clima organizacional se tornar mais positivo. Há mais acolhimento, quem trabalha nesse lugar se sente mais à vontade para ser quem é de verdade e também para trabalhar, pois comportamentos que o faria se sentir restringido, como piadas e comentários baseados em um pré julgamento, deixam de existem.
E, por falar em sentimento de liberdade, segundo um estudo da Hay Group, feito em 2015, 76% dos colaboradores afirmaram conseguir expor ideias e inovar no trabalho, com mais espontaneidade, quando estão empresas que promovem diversidade e inclusão.
Deixar as portas abertas é, também, uma forma de promover o senso de pertencimento. As pessoas se sentem mais parte de uma equipe, já que são valorizadas e aceitas. O ambiente se torna mais leve, conta com mais engajamento e há menos resistência às mudanças.
Isso tudo faz com que exista menos rotatividade: a empresa só sai ganhando.
Contribui para um mundo mais equitativo
Agir com menos intolerância promove mais acolhimento. Adotar ações inclusivas na empresa tende a estimular os próprios membros a levar essa postura para outros ambientes.
Além disso, marcas que têm essas iniciativas acabam servindo de inspiração a outras, que podem adotar práticas semelhantes. Isso se torna uma corrente do bem: um número cada vez maior de empresas abre as portas para este movimento.
As ações se refletem na humanidade, contribuindo para um mundo e um futuro mais justo e equitativo. Com mais respeito em cada ação e decisão, é possível mudar, aos poucos, valores na sociedade, que serão repassados às próximas gerações.
Atrai consumidores conscientes
Consumidores conscientes já dão preferência a marcas que demonstram ter valores humanos. Existe, também, a identificação do cliente com a empresa, que é importante para a decisão de compra. Dessa forma, a empresa adquire visibilidade positiva.
Prova disso está no levantamento realizado pela McCann na pesquisa "Truth About Generation Z", que verificou que a nova geração — essa que começa a entrar no mercado — prefere se relacionar com marcas que apoiam causas sociais e demonstram representatividade.
Em quais práticas a empresa deve se apoiar?
Separamos algumas ideias que podem guiar seus primeiros passos. Veja!
Inclusão faz parte do dia a dia
Diversidade e inclusão devem fazer parte do dia a dia de toda empresa, ou da cultura organizacional em grandes empresas. Isso auxilia que as práticas se perpetuem e se tornem perenes. É fundamental que os líderes realmente entendam a necessidade de adotar essa postura e sintam o quanto é importante.
Ao contratar novos funcionários, eles precisam já entrar com um pensamento de empatia e inclusão.
Outra ideia é realizar mudanças nos ambientes, tornando-os mais neutros. Por exemplo, é legal evitar relacionar que “algo é de mulher” e “algo é de homem”. Quanto aos banheiros, apostar em um deles unissex pode resolver muitos problemas.
Pense na acessibilidade e no desenvolvimento
Geralmente, pessoas de grupos minoritários carregam uma história longa de discriminação, que prejudica inclusive a construção de uma boa experiência profissional. Por isso, é necessário incluir programas de desenvolvimento.
É importante ter em mente que as ações de diversidade e inclusão não se resumem a contratar funcionários de grupos minoritários. Tê-los na empresa sem proporcionar chance de crescimento pode representar um preconceito do mesmo jeito. Por isso, atenção!
Além disso, é fundamental pensar na acessibilidade para pessoas com deficiência. Promover acessos por rampas ou aprender a linguagem de sinais são ótimos começos.
Monitore os programas e resultados
Crie metas e verifique o cumprimento por meio de métricas. Como você pode promover mais inclusão? Em quanto tempo quer colocar isso em prática?
Outra ideia é, depois da contratação, ouvir esse colaborador. Por exemplo, se você contratou uma pessoa com deficiência, já procurou saber o que ela acha da empresa? Será que tem alguma necessidade não suprida? Ter proximidade com seu funcionário facilita ir pelo caminho certo.
Enfim, promover diversidade e inclusão nos traz um aprendizado diário. Esse tema precisa ser sempre revisto, pois achar que já sabemos o suficiente — ou, pior, não fazer nada para tentar mudar — é fazer parte do “silêncio dos bons”.
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