Sem medo das novas tecnologias
Por Itaú Empresas
Sem medo das novas tecnologias
Se você prestar atenção, vai notar que as tecnologias determinam muitos aspectos da nossa vida: como nos comunicamos, nos relacionamos, compramos e aprendemos, por exemplo. Por isso, entender como esses recursos funcionam é uma vantagem para qualquer empreendedor.
Os motivos para você se arriscar
“Há uma série de ferramentas e sistemas que podem ajudar a tornar sua empresa mais produtiva, eficiente e otimizada. É possível explorar novos canais de aquisição e relacionamento com clientes, como redes sociais, aplicativos, AdWords, newsletters; utilizar ferramentas de gestão de equipe e comunicação, explorar testes para validação do negócio de forma rápida e barata, entre outros. Além disso, as tecnologias têm promovido verdadeiras revoluções no mundo dos negócios. Basta olhar como as startups, novas empresas com base tecnológica e modelo de negócios inovadores e escaláveis têm ganhado mercado ao propor inovações em quase todos os setores. Se apropriar de tecnologia permite que você possa imaginar como inovar o seu próprio negócio, oferecendo um serviço melhor a seu cliente”, explica Iana Chan, fundadora da PrograMaria.
Medo? Por quê?
Muita gente ainda insiste que as mulheres não se interessam por tecnologia ou, pior, que elas não têm a habilidade necessária. Tem gente que usa o baixo número de mulheres na área como argumento para comprovar que elas não têm interesse porque são “mais emocionais” e, por isso, procuram áreas como enfermagem e pedagogia. “O problema é cultural e de educação. Mulheres ainda são educadas para tarefas relacionadas ao cuidado (brincar de casinha, boneca etc.) e homens para ação (jogar bola, videogame). Essa educação reflete na maneira como lidamos com a tecnologia e com as inovações. Como se isso não fosse para nós", explica Carine Roos, consultora de comunicação e tecnologias digitais e cofundadora da UP[W]IT e do MariaLab.
Os números são baixos, mas podemos virar esse jogo
Sabe-se que as mulheres ainda são minoria na tecnologia. Segundo o Inep/MEC, apenas 15,53% dos alunos de cursos relacionados à computação são mulheres. Já a PNAD 2009 indicou que a estimativa de mulheres que atuam nesse setor é de 18,8%. “E, conforme a Harvard Business Review, 41% das mulheres que trabalham com tecnologia acabam deixando a área, em comparação com apenas 17% dos homens”, conta Iana.
Arrisque-se! Você pode!
Para Iana, o primeiro passo é perder o medo e perceber que aprender tecnologia é como aprender qualquer outra coisa: exige dedicação, pode oferecer obstáculos, mas é possível e, mais do que isso, necessário. “O segundo passo é entender por que se quer aprender tecnologia, definir um objetivo factível para começar: aprender o básico para conseguir montar uma newsletter legal para sua empresa ou para montar um site; usar ferramentas de métricas, como o Google Analytics para entender o comportamento do usuário no seu site ou aprender sobre sistemas e banco de dados para conseguir se comunicar melhor com meus fornecedores de tecnologia”.
Uma dica que sempre funciona é começar a pesquisar e explorar, a internet é uma fonte inesgotável de informação. Pode ser um pouco assustador no início se deparar com tantos termos e novidades, mas faz parte. O importante é continuar pesquisando, procurar grupos e comunidades que discutem o assunto para ter com quem trocar experiências sobre o assunto, e não desistir!
As iniciativas que estão transformando o cenário
Nos últimos anos, a importância sobre o aprendizado de tecnologia tem ganhado espaço, especialmente de programação, como uma forma de empoderamento feminino. Isso possibilitou o surgimento de várias iniciativas que lutam para que haja mais mulheres trabalhando com tecnologia e desenvolvimento, e também se apropriando desse conhecimento.
E exemplos não faltam. “Em 2015 fundamos a PrograMaria, com o objetivo de desenvolver três pilares: inspirar mulheres, desmistificando o mundo da programação, trazendo histórias de profissionais e oportunidades da área; fomentar e qualificar o debate sobre a desigualdade de gênero; e finalmente oferecer oportunidades de aprendizagem para essas mulheres e conectá-las com empresas. Além de conteúdo no nosso site, promovemos palestras, oficinas e o Curso Eu Programo, de desenvolvimento web. Essas novidades são compartilhadas na nossa página do Facebook. Estamos estudando também criar soluções para ajudar as empresas a não só encontrarem desenvolvedoras, mas conseguir retê-las e desenvolver essas profissionais dentro da empresa, e também como impactar as meninas e as garotas para seguirem na área”, explica Iana.
Já Carine conta que a MariaLab é uma comunidade com mais de duas mil mulheres, que oferece cursos em várias áreas: programação web, raciocínio lógico, introdução ao desenvolvimento de jogos, privacidade de dados e segurança da informação, fomento ao uso de software livre, entre outros. “Os cursos são gratuitos e, quando abrimos as inscrições, divulgamos em nossos canais de comunicação: Facebook; Meetup; Twitter e Site. Não é preciso ter conhecimento prévio em programação, apenas vontade de aprender. Além disso, na UPWIT, organização social referência na construção de soluções práticas para uma sociedade inclusiva, é possível encontrar workshops voltados para empoderamento feminino, mentoria e capacitação tecnológica e até o desenvolvimento de sua própria ideia com auxílio da tecnologia. Outra frente na qual a UPWIT atua é catalisando parcerias e oportunidades para o surgimento de novos negócios e startups.
Para mais informações, acesse o Facebook; Medium e Twitter”, sugere Carine.
E há vários outros grupos que também atuam nessa questão, como o PyLadies, Tutoras, EmpoderaMarta, InfoPreta, Mulheres na Computação, Women up Games, Reprograma, entre muitos outros. Informe-se, arrisque-se e descubra como você pode – e deve – ficar por dentro das novas tecnologias!