2 anos de Reverte: R$ 1 bilhão para a recuperação de 165 mil hectares de solo degradado

Por Itaú BBA

04 minutos de leitura

Combater o desmatamento, aumentar a produção de alimentos e ainda contribuir para a redução das emissões de gases do efeito estufa (GEE) e para a mitigação das mudanças climáticas. Estes desafios do agronegócio são ainda maiores se for levado em conta que precisam ser superados em larga escala. Mas iniciativas como o programa Reverte mostram que é possível chegar lá. O programa completou dois anos com desembolsos de R$ 1 bilhão e a conversão de 165 mil hectares de pastagens degradadas em áreas de lavoura. Para 2024, a meta é ainda mais ambiciosa: dobrar o valor financiado e a área recuperada.

Por meio do Reverte, o solo das pastagens degradadas, que emitem GEE, é recuperado e utilizado para o plantio de soja e milho. “O Reverte mostra que somos capazes de adotar soluções financeiras sustentáveis em larga escala. Há muitas iniciativas bacanas, mas poucas feitas em escala e que aliam sustentabilidade econômica e ambiental. Conseguimos ter sucesso nessas três métricas”, afirma Pedro Fernandes, diretor de agronegócio do Itaú BBA.

O Reverte foi criado pela Syngenta e The Nature Conservancy (TNC), com parceria da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Itaú BBA. A TNC estabeleceu os critérios socioambientais para a participação dos produtores – além de cumprir as leis ambientais e trabalhistas, eles não podem ter convertido vegetação nativa no imóvel rural desde janeiro de 2018. Já a Syngenta e a Embrapa fornecem suporte no campo e aconselhamento técnico.

E o Itaú BBA financia toda a transformação. Um dos diferenciais do Reverte é o prazo de financiamento (de oito a dez 10 anos): “O prazo de financiamento mais longo é um reconhecimento de que a transformação de uma área degradada em um ambiente produtivo demora tempo”, diz Fernandes.

Embora uma área recuperada comece a produzir em apenas dois anos, o retorno obtido com as primeiras safras não é suficiente para pagar o investimento, o que demanda cerca de oito anos.

Aqui, um aspecto importante: o banco financia tudo o que é preciso para a recuperação, incluindo investimento na infraestrutura da fazenda, e não apenas a aplicação de fertilizantes e demais insumos para restabelecer a fertilidade do solo. O olhar para toda a jornada do agricultor e não somente para uma necessidade específica permite que ele implemente de uma vez só as medidas para tornar a sua terra produtiva de novo – acelerando o processo de recuperação.

Por enquanto, o Reverte é voltado para fazendas localizadas no Cerrado e para o cultivo de soja e milho, mas poderá ser expandido para mais cultivares e biomas. Outra alternativa em estudo é a possibilidade de geração de créditos de carbono a partir da captura de carbono.

Do ponto de vista ambiental, a recuperação do solo traz ganhos a redução das emissões de GEE e o combate ao desmatamento, já que se torna desnecessário abrir novas áreas para pastagens ou para o plantio.

Além desses benefícios ambientais, há os econômicos, como o aumento da produção de alimentos, da renda do produtor e da geração de empregos.

O Itaú tem o compromisso de tornar a sua carteira de crédito neutra na emissão de GEE (net zero) em 2050, com marcos intermediários para os setores intensivos em carbono – como o agropecuário.

“Nossa filosofia é engajar os clientes para soluções de sustentabilidade por meio de agendas positivas”, diz Fabio Guido, gerente de sustentabilidade do Itaú Unibanco. O agro é parte importante desse compromisso, já que as práticas agrícolas estão entre as principais responsáveis pelas emissões de carbono brasileiras.