ABC do ESG: Agricultura Regenerativa

Por Itaú BBA

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A agricultura regenerativa ainda desafia definições e pode ser colocada em prática de muitas formas, porém com foco especial na saúde e qualidade do solo. A ideia é regenerá-lo, que pode ser feito com diferentes práticas agropecuárias. Entenda algumas semelhanças e diferenças entre os conceitos mais usados:

Agricultura conservacionista - sistema que mantém cobertura de solo permanente, perturba o solo o mínimo possível e diversifica espécies vegetais. No processo, aumenta a disponibilidade de água e nutrientes no solo, o que beneficia a produção agrícola, na definição da Embrapa.

Agricultura orgânica - sistema que não usa agroquímicos nem fertilizantes sintéticos, e evita contaminação vinda de propriedades vizinhas. Tem legislação rigorosa: é preciso ser certificado por auditoria (e receber o selo SisOrg) ou fazer parte de um Sistema Participativo de Garantia (SPG) para entrar no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos.

Agricultura sustentável - categoria abrangente, que inclui diferentes estratégias e práticas para preservar os recursos naturais no longo prazo e conter emissões de carbono. Opõe-se aos procedimentos mais difundidos atualmente, que esgotam a água e os nutrientes do solo, emitem muito carbono, demandam agroquímicos e reduzem biodiversidade.

Sistemas agroecológicos - outra categoria ampla, que envolve todas as estratégias baseadas no conhecimento da disciplina da agroecologia. No conceito mais abrangente, além do cuidado ambiental, inclui variáveis sociais, visando o desenvolvimento local e o fortalecimento da comunidade.

Agrofloresta - um sistema agroflorestal (SAF) se propõe a obter produção agrícola diversificada, enriquecer progressivamente o solo e gerar alguns dos serviços biossistêmicos de uma floresta – por isso, sempre inclui árvores. Admite opções variadas de consórcios e sucessões na escola de culturas.

Bioinsumos - produtos feitos a partir de substâncias naturais – como enzimas, extratos e feromônios – para exercer, nas plantações, funções de fertilizantes, medicamentos, estimuladores de crescimento e controladores de pragas. Oferecem alternativa aos agroquímicos sintéticos, mais difundidos.

Cobertura de solo - muitas das estratégias de agricultura sustentável têm em comum o não revolvimento do solo (ou revolvimento mínimo) e a manutenção permanente de cobertura – matéria vegetal, usualmente cultivada na própria área. Essas práticas elevam fertilidade e umidade, retêm carbono, evitam erosão, protegem a microbiota e a biodiversidade em geral, evitam pragas e plantas invasoras.

Permacultura - filosofia de planejamento de produção agrícola “permanente”, que leva em conta 12 princípios, reunidos em três grupos: cuidados com a terra, com as pessoas e com o futuro. Sistemas baseados na permacultura costumam levar em conta elementos locais (naturais e humanos), evitar desperdício e respeitar o ritmo da natureza.

Sistemas Integrados - conjunto de estratégias que unem diferentes sistemas – agrícolas, pecuários ou florestais – numa mesma área, de modo que haja benefício mútuo entre as atividades (por exemplo, com culturas que gerem sombreamento e conforto térmico para a criação de animais, que por sua vez geram adubo orgânico). Incluem Integração Lavoura-Floresta (ILF), Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF).