ABC do ESG - As COPs que mais fizeram diferença

Por Itaú BBA

03 minutos de leitura

Nem todas as COPs são iguais. Atingir o consenso entre países com interesses tão diversos exige concessões, e nem todas as decisões são tomadas no ritmo que a emergência climática exige. Fato é que muitos avanços foram obtidos graças às COPs e, desde que as Conferências começaram a acontecer, em 1995, algumas delas entraram para a história da cooperação internacional. Confira algumas das mais importantes:

COP3, 1997, em Kyoto, Japão - Resulta no Protocolo de Kyoto, primeiro tratado internacional para controlar emissões de gases causadores de efeito estufa. O Protocolo chega a incluir 192 nações. Uma de suas inovações é o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, que previa que um país poderia cumprir seus objetivos por meio de projetos de redução de emissões em outro país. O Protocolo tinha pontos frágeis: não conseguiu adesão dos EUA e não previa reduções de emissões nos países em desenvolvimento.

COP16, 2010, em Cancún, México - Resulta nos Acordos de Cancún, mais abrangente conjunto de iniciativas dentro da lógica de que os países ricos são os principais responsáveis pela crise climática e os mais pobres, os mais vulneráveis a ela. Os Acordos incluem ajuda financeira, transferência de tecnologia, desenvolvimento de gestão, esforços de adaptação e proteção de florestas.

COP21, 2015, em Paris, França - Chega ao Acordo de Paris, que substitui o Protocolo de Kyoto como maior compromisso ambiental da história, com 196 signatários. O Acordo adota o objetivo de limitar o aquecimento global até 2100 em até 2ºC em relação aos níveis pré-industriais, com esforços para limitar a 1,5°C. Os países concordam na necessidade de investir mais do que US$ 100 bilhões por ano contra a crise.

COP26, 2021, em Glasgow, Escócia, Reino Unido - marca uma nova fase na participação do setor privado, ao incluir pela primeira vez a GFANZ (Aliança Financeira de Glasgow pelo Net Zero), que reúne 450 instituições financeiras de 45 países; adaptação passa a ser tratada como alta prioridade, ao lado da redução de emissões; mais de 130 países (incluindo o Brasil) se comprometem a zerar o desmatamento até 2030; e nasce o compromisso internacional de corte de 30% das emissões de metano até 2030.

COP27, 2022, em Sharm El Sheikh, Egito - Cria o Fundo de Perdas e Danos, um reconhecimento de que as mudanças climáticas já estão em andamento e provocam prejuízo inevitável. O avanço conceitual é importante, mas a Conferência – que prometia ser a “COP da África” e a “COP da justiça climática” – não avançou no detalhamento de responsabilidades dos países ricos.

COP28, 2023, em Dubai, Emirados Árabes Unidos - Apresenta o resultado do primeiro balanço global do esforço da humanidade diante da crise climática – é o “global stocktake”, a ser feito a cada cinco anos. O balanço conclui que a soma dos compromissos nacionais é insuficiente para conter o aquecimento global dentro do limite indicado no Acordo de Paris.