ABC do ESG - ISO 59000 e outras certificações essenciais

Por Itaú BBA

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Selos, certificações e padrões podem ajudar as organizações a implementar e aprimorar suas práticas de circularidade – ou seja, de aderência à economia circular. São ferramentas úteis para quem está abraçando agora essa estratégia e também para quem já está adiantado na jornada. Confira:

“Família” ISO 59000 - Conjunto de padrões criado pela International Standard Organization especificamente para a economia circular. Os mais importantes são:

ISO 59004 - indica a adesão a princípios básicos, metodologia e procedimentos de circularidade aplicáveis a todos os tipos de empresas.

ISO 59010 - indica que a circularidade faz parte da visão estratégica da empresa, é aplicada à cadeia de valor e passa por avaliação para melhoria contínua.

ISO 59020 - indica que os processos de circularidade passam regularmente por validação, mensuração e monitoramento, num grau mais avançado de transparência.

ISO 9001 e ISO 14001 - Padrões que se referem, respectivamente, à qualidade de processos e à responsabilidade ambiental nas operações. Ajudam a atestar a robustez na gestão de resíduos (no fim de março seguia em elaboração a norma ISO 14002, específica para gestão de resíduos).

e-Stewards - Certificado que atesta as práticas responsáveis de empresas que recondicionam, reciclam e descartam eletrônicos – o segmento ITAD (sigla em inglês para Disposição de Bens de TI). Isso inclui garantia de apagamento de dados e veto à exportação de lixo eletrônico. Atualmente há só um processador credenciado no Brasil. A EPA (Agência de Proteção Ambiental dos EUA) reconhece apenas dois certificados no segmento ITAD: e-Stewards e R2 (apresentado abaixo).

EuReciclo - Selo criado pela empresa brasileira de mesmo nome. Organizações que o aplicam a seus produtos contam com uma rede de operadores de reciclagem e centrais de triagem, assim como assessoria jurídica e rastreabilidade de resíduos. Exibir o selo significa que a empresa recicla 32%, 100% ou 200% das embalagens que usa.

GRS (Global Recycled Standard) - Atesta que o teor de insumos reciclados num produto é de ao menos 20% (se for para cliente empresa) ou 50% (se for para consumidor final). Foi criado pela ONG Textile Exchange mas se aplica a qualquer produto, não só têxteis. Seu “irmão” mais básico, o RCS (Recycled Claim Standard), exige apenas 5% de conteúdo reciclado.

LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) - O sistema de certificação de edifícios e bairros dá pontos a projetos por muitos aspectos, incluindo o reuso dos resíduos da construção (a obtenção do certificado exige ao menos 40 pontos). A mesma certificadora oferece os selos True, sobre gestão de resíduos sólidos, e Cradle to Cradle, que trata de tópicos como uso de materiais recicláveis e não tóxicos.

R2 (Responsible Recycling) - Certificado que indica processos seguros e ambientalmente corretos no segmento ITAD, que recondiciona, recicla e descarta eletrônicos. Foi criado pela ONG Seri (Sustainable Electronics Recycling International) e tem mais de 7 mil credenciados. A EPA (Agência de Proteção Ambiental dos EUA) reconhece apenas dois certificados de reciclagem de eletrônicos: R2 e e-Stewards (apresentado acima).

Recyclass - Certificado de uma associação empresarial com sede em Bruxelas, indica o grau de reciclabilidade de embalagens plásticas, numa escala de A a F. Na melhor categoria, A+++, a embalagem, além de reciclável, tem em sua composição 90% de material de origem reciclada.

RIOS (Recycling Industry Operating Standard) - Padrão para empresas de reciclagem, atesta boas práticas em destinação de resíduos, controle de poluição (do ar, da água e sonora), consumo de energia, segurança dos funcionários e relação com a comunidade no entorno. Foi criado pela GRSO (sigla em inglês para Organização Global de Padrões de Reciclagem).

Senaplas (Selo Nacional de Plásticos Reciclados) - A Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico) oferece o selo nas versões "Empresa" – que atesta a qualidade do trabalho de recicladoras (há 42 certificadas no país) – e "Produto" – que indica que um plástico reciclado tem as propriedades necessárias para certo fim.