Exportações do Agronegócio no 1° tri de. 2022

Confira os principais destaques das exportações do agronegócio no primeiro trimestre do ano

Por Consultoria Agro

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A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgou os dados das exportações do agronegócio em março. O terceiro mês do ano somou USD 14,5 bilhões, valor 38,1% maior em comparação ao mês anterior e 29,5% maior contra março/2021. No primeiro trimestre de 2022 as vendas externas totalizaram USD 33,8 bilhões, montante 45,7% maior frente ao mesmo período de 2021.

Gráficos de linhas com valores mensais de exportações.
Fonte: Secex

No complexo soja, os grãos da oleaginosa registraram no primeiro trimestre 20,9 milhões de toneladas em vendas externas - aumento de 36,3% frente ao primeiro trimestre de 2021. Destaca-se também os embarques do óleo de soja que alcançaram 478 mil toneladas, volume 126,9% maior contra o mesmo trimestre do ano passado. Já o farelo de soja também registrou aumento no volume embarcado, 39,9% versus 1T21. Em relação aos preços, as toneladas do grão e do óleo apresentaram aumentos de 16% e 4,5%, respectivamente, em relação ao primeiro trimestre de 2021. O mesmo vale para o farelo de soja, tendo as cotações 4,6% maiores no 2T22 contra o mesmo período.

No setor de proteínas animais, destaca-se mais um bom desempenho mensal das vendas externas de carne bovina. O volume exportado em março/2022 foi 26,6% maior frente ao total embarcado em março/2021. No primeiro trimestre do ano, o montante foi de 469 mil toneladas, valor 36,6% maior versus o mesmo período de 2021. Para a carne de frango, as exportações foram 9,2% maiores, em volume, nos três primeiros meses de 2022 contra o mesmo período de 2021.

Quanto aos preços em dólares registrados, os valores de carne bovina e de frango foram 27,9% e 15,6% maiores no comparativo trimestral (2022 x 2021).

Para a carne suína o desempenho foi diferente, pois o volume exportado no primeiro trimestre de 2022 recuou 4,8% em comparação ao mesmo período de 2021. Além da queda do volume, os preços da carne suína embarcada também recuaram 21,4% no mesmo período.

No complexo sucroenergético, se comparados os primeiros trimestres de 2022 e 2021, as quantidades embarcadas de açúcar refinado e de açúcar bruto diminuíram em 29,9% e 20,8%, respectivamente. Para o etanol, a queda no volume trimestral foi de 32,6%, comparado também com 2021. Os preços em dólares foram maiores para o etanol e o açúcar bruto, 63,5% e 34,4% respectivamente. Já o açúcar refinado registrou leve queda de 0,2% na tonelada cotada.

Quanto às vendas externas de milho, o volume exportado do cereal foi 3,0% maior no comparativo entre os primeiros trimestres de 2022 e 2021, apesar da grande queda, de 95,3%, das exportações em março/2022 versus março/2021. Destaque para o aumento de 31,6% nos preços em dólares do produto no comparativo mensal, entretanto se comparados os três primeiros meses de 2022 e 2021 a tonelada cotada recuou em 14,8%.

Em relação ao algodão, o total embarcado da fibra no primeiro trimestre do ano foi 24% menor em comparação ao mesmo período de 2021. Já os preços em dólares registrados do produto foram 26% maiores.

Gráfico de barras crescimento exportações mensais por produto.
Fonte: Secex

Principais origens das compras do Brasil

Levando em conta os destinos das exportações brasileiras, considerando todos os produtos listados nesse relatório, grandes mudanças na distribuição das vendas externas entre os principais países importadores não foram identificadas no primeiro trimestre de 2022 contra o mesmo período de 2021. Entretanto, destaca-se o aumento da participação da China em quatro pontos porcentuais.

Participação de cada país na importações gerais dos produtos do agronegócio brasileiro.
Fonte: Secex

Já no contexto das carnes, o bom desempenho das exportações de carne bovina até então foi impulsionado pelas compras chinesas. Foram registradas 243,3 mil toneladas exportadas para o país asiático no primeiro trimestre de 2022, sendo que em 2021 o total destinado para o principal importador brasileiro do produto foi de 187,1 mil toneladas, no mesmo período.

Também, destaca-se o aumento das exportações de carne bovina destinadas ao Estados Unidos em 2022. O país importou 4,32 mil toneladas no primeiro trimestre desse ano e em 2021, no mesmo período, o volume embarcado foi de 542 toneladas. Assim, no acumulado anual, os Estados Unidos são o segundo principal importador de carne bovina brasileira, representando 9% das vendas totais (2% no mesmo período de 2021).

As maiores importações norte-americanas podem fortalecer mais ainda a carne bovina brasileira no mercado externo, contribuindo assim para a sustentação dos preços internos.

Porém, no que se diz respeito à carne suína, as vendas externas para o principal importador do produto brasileiro, a China, foram de 81,8 mil toneladas até o fim de março/2022. No primeiro trimestre de 2021, o montante foi de 128,5 mil toneladas. Assim, o pais asiático perdeu 19 pontos percentuais na participação das importações totais brasileiras do produto. A previsão de crescimento da produção doméstica de carne suína na China neste ano deve reduzir a necessidade de importação em relação ao ano passado, podendo dificultar o redirecionamento da exportação brasileira para outros destinos dados os grandes volumes enviados para os chineses.

No complexo da soja, o óleo registrou mudanças na distribuição de suas vendas externas. Concomitante ao bom desempenho trimestral das exportações em 2022, destaca-se a Índia que foi o destino de 348 mil toneladas do produto no período, valor maior que as 78 mil toneladas destinadas ao país no primeiro trimestre de 2021. Por outro lado, a China, que importou 57 mil toneladas do produto brasileiro no acumulado dos três primeiros meses de 2021, não importou valores significativos até então em 2022, fazendo com que a Índia assumisse a grande maioria das importações.

Participação por país nas compras internacionais de carne bovina brasileira.
Fonte: Secex
Gráficos de pizza com participações por pais nas importações de carne suína e óleo de soja.
Fonte Secex
Balanço das exportações mensais brasileiras.
Fonte: Secex
Tabela com exportações acumuladas no ano.
Fonte: Secex