Mercado de flores e plantas ornamentais

Por Consultoria Agro

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Em 2022, espera-se que o mercado de flores e plantas ornamentais atinja USD 55,1 bilhões e as novas previsões, considerando a pandemia do coronavírus, indicam um crescimento médio de 6% ao ano até 2026 alcançando USD 69,5 bilhões, segundo estimativas da FNF Research. Esse crescimento se deve a três principais pontos: o maior volume de vendas online, o aumento do mercado consumidor com uma maior demanda por plantas de corte pela Índia e pela China e a maior especialização dos canais de varejo como supermercados e marketplaces. Entretanto, um fator que pode restringir esse crescimento são possíveis barreiras de exportação e a mudança rápida de preferência dos consumidores por plantas de vaso e de corte.

Estima-se que as flores de corte (flores retiradas de partes das plantas e comercializadas sem suas raízes) irão dominar o mercado de flores até 2027 através da utilização de novas tecnologias que aumentam suas possibilidades de uso e o seu tempo de vida.

Gráficos de barras com a evolução histórica do mercado de flores.
Fonte: Estimativa FNF Research

O principal país nesse cenário de flores e plantas ornamentais é a Holanda, que é responsável por 45,7% da exportação de flores de corte no mundo, seguida por Colômbia, Equador, Quênia e Etiópia. Já quanto à importação, os Estados Unidos absorvem cerca de USD 1,83 bilhões por ano, seguidos pela Alemanha, Reino Unido e Rússia, sendo as plantas mais populares as rosas, os crisântemos e os cravos.

Um ponto de destaque quando falamos em exportação de flores é a logística. Para cada dia que se passa no trajeto do país produtor até o consumidor, as plantas perdem 15% do seu valor. Então quanto mais perto os dois países, maior o lucro final com a comercialização da flor.

Para as tendências de 2022, o Conselho de Flores da Holanda divulgou as seguintes flores e plantas ornamentais:

  • Primavera-verão 2022 - astromélias, asclépias, margaridas, freesia allium e yarrow.
  • Outono-inverno 2022 - anêmonas, rosas, crisântemos, cravos, avenidas e címbida.
Gráfico de pizza com a contribuição percentual nas exportações, por país.
Fonte: OEC

Evolução recentes no mercado brasileiro

Em 2020, devido à pandemia do Covid-19, o setor de floricultura no Brasil sofreu grandes perdas tanto em volume de produção quanto em comercialização (cerca de 90%) principalmente pelo fechamento dos comércios e pelo cancelamento de eventos.

Atualmente, segundo a Ibraflor, o setor conta com 8 mil produtores e é responsável por 209 mil empregos diretos e mais de 800 mil empregos indiretos, tendo assim uma representatividade significativa na economia brasileira. A área mais afetada com a pandemia foi a de produção de flores de corte, que representa 29% do mercado e que apenas retomou suas vendas em setembro de 2021 com a volta de eventos como casamentos e festas em geral. Como consequência, muitos agricultores voltaram sua produção para outros tipos de flores ou para olericultura. Por conta disso e pela alta nos preços dos insumos, das embalagens e do frete, segundo a Ceagesp, houve um aumento de 10% nos preços das flores de corte no final de 2021. Em alguns estados como no Ceará, esse aumento foi ainda maior chegando a 200%, como o exemplo da rosa, em que uma caixa passou de R$ 25,00 para R$ 75,00.

Gráfico de linhas com as séries históricas de preços para diferentes flores.
Fonte: CEASA

Mesmo assim, em 2021 o setor encerrou o ano com resultados positivos, apresentando um crescimento de 15%. Isso é um efeito principalmente decorrente do aumento de vendas de flores nos supermercados (crescimento de 36,8% entre janeiro e outubro de 2021) e na internet.

A reinvenção do estilo de comercialização também reduziu em um dia o tempo entre a saída da estufa até a chegada no consumidor final, diminuindo a quantidade de perdas e desperdícios. Esses fatores atrelados à uma leve retomada econômica do país fizeram com que o Instituto Brasileiro de Floricultura estimasse um crescimento de 12% para 2022.

Além disso, para acompanhar a utilização de tecnologias por parte do produtor, a Cooperativa Veiling de Holambra irá adicionar um quarto relógio no sistema de leilões para reduzir o tempo de duração deste, reduzindo o tempo de permanência dos agricultores na tribuna. Adicionalmente, já existem projetos para que os clientes possam participar dos leilões à distância potencializando ainda mais este canal comercial.

Gráfico de barras com o faturamento do mercado de flores e linhas com o percentual de crescimento.
Fonte: Ibraflor