Destaques do Web Summit Rio: visão de futuro
O Web Summit Rio 2025, realizado entre os dias 27 e 30 de abril no Riocentro, confirmou o protagonismo da América Latina no cenário global de inovação e tecnologia. Com 34.552 participantes de 102 países, o evento superou todas as edições anteriores em público, número de startups, diversidade e alcance temático. Foram 1.397 startups de 43 países, das quais 647 fundadas por mulheres — um recorde em participação feminina. Além disso, 657 investidores estiveram presentes, um aumento de 32% em relação a 2024, reforçando o interesse crescente na região como polo de inovação. Ao longo de quatro dias e mais de 21 palcos simultâneos, temas como inteligência artificial, finanças digitais, impacto social, sustentabilidade, economia dos criadores, segurança cibernética e transformação organizacional dominaram as discussões.
Por Itaú BBA
Inteligência Artificial: da experimentação à infraestrutura
A inteligência artificial (IA) consolidou-se como o eixo central de inovação. Priscyla Laham, presidente da Microsoft Brasil, afirmou que "o Brasil vive um momento de adoção massiva da IA, não mais como uma promessa, mas como ferramenta de produtividade e competitividade real." Ela compartilhou dados do Microsoft Copilot, indicando que 71% dos usuários no país já relatam ganhos significativos de eficiência com automações de tarefas cognitivas.
Márcio Aguiar, diretor da Nvidia para América Latina, foi ainda mais longe ao introduzir o conceito de Agentic AI — sistemas que não apenas respondem a comandos, mas que tomam decisões autônomas com base em objetivos definidos. "A IA deixará de ser apenas assistente e passará a ser agente", disse. Segundo ele, mais de 40% das operações industriais em grandes empresas globais terão, até 2027, algum grau de autonomia algorítmica.
Outro destaque foi Mira Murati, CTO da OpenAI, em painel virtual, ao defender um modelo de governança ética da IA que vá além da regulação estatal, incorporando princípios comunitários e práticas locais. Ela destacou o impacto positivo da IA em áreas como educação e saúde em países em desenvolvimento, onde o acesso tradicional a esses serviços é limitado.
Finanças Inteligentes: o novo banco é um ecossistema digital
O painel com Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú Unibanco, foi um dos mais aguardados. Com o auditório lotado, Maluhy revelou o lançamento do primeiro assistente de investimentos com IA generativa do banco, desenvolvido com base em grandes modelos de linguagem (LLMs) treinados internamente.
“Nosso foco é traduzir complexidade em simplicidade. A inteligência artificial vai permitir um nível de personalização inédito no Brasil, respeitando os perfis de risco e os momentos de vida dos nossos clientes”, afirmou.
O sistema, segundo ele, analisa mais de 200 variáveis por cliente, desde renda até estilo de vida e hábitos de consumo, para recomendar produtos financeiros com base em objetivos (como aposentadoria, compra de imóveis ou viagens).
Dados compartilhados durante o painel mostraram que mais de 15% das interações com o banco em março de 2025 já utilizaram ferramentas baseadas em IA. A expectativa é que esse número ultrapasse 50% até o final do ano, o que permitirá ao banco reduzir custos operacionais em até 30% em alguns canais.
Além deste painel com participação do CEO, o Itaú Unibanco teve um estande imersivo que funcionou como um hub de conhecimento e networking ao longo dos quatro dias de evento powered by Itaú BBA e Cubo Itaú. O espaço contou com uma série de painéis e talks curtos sobre temas como "Open Finance e o Futuro dos Dados Pessoais", "Inteligência Artificial na Jornada do Cliente", "ESG e Finanças Sustentáveis",
Executivos do banco interagiram com o público em workshops ao vivo, apresentando cases reais de uso de tecnologia no ambiente corporativo, como a aplicação de IA para a prevenção de fraudes, análise preditiva de crédito e personalização de produtos bancários. O estande também promoveu encontros com startups do Cubo Itaú, reforçando o papel da instituição como articuladora do ecossistema de inovação no Brasil.
Startups em ascensão: o Brasil como berço de inovação
A edição de 2025 contou com o maior número de startups da história do Web Summit fora da Europa: 1.397 empresas, com destaque para os setores de fintechs, edtechs, healthtechs e greentechs. Startups brasileiras representaram mais de 60% do total, mas empresas de países como Argentina, Colômbia, Nigéria, Índia e Portugal também marcaram forte presença.
Segundo dados da organização, o volume total de reuniões de negócios agendadas entre startups e investidores foi 19.235 — um salto de 44% comparado à edição de 2024. Isso indica não só maior maturidade do ecossistema, mas também um apetite crescente por soluções escaláveis em mercados emergentes.
Um dos casos de maior destaque foi a startup brasileira Planeta Verde, que criou um sistema de créditos de carbono via blockchain para comunidades ribeirinhas da Amazônia. O pitch atraiu interesse de fundos europeus como o Atomico e o Partech, e levantou R$ 7 milhões em capital semente.
Sustentabilidade, diversidade e impacto social
Justina Nixon-Saintil, Chief Impact Officer da IBM, foi enfática: “A tecnologia precisa resolver problemas reais. Caso contrário, é só ruído”. Ela apresentou o projeto SkillsBuild, que já capacitou 8 milhões de jovens em 142 países em competências digitais e técnicas para o mercado de trabalho. Só no Brasil, mais de 135 mil jovens de comunidades periféricas foram impactados.
Painéis abordaram também:
- O custo da perda de 40% da água tratada no Brasil;
- Como a tecnologia pode ser usada para combater desigualdade no acesso à saúde mental;
- Projetos de IA para análise de desmatamento e mineração ilegal na Amazônia.
Além disso, o evento manteve seu compromisso com diversidade: 46,3% das startups participantes foram fundadas ou cofundadas por mulheres. E pela primeira vez, um painel inteiro foi conduzido em libras com tradução simultânea, promovendo inclusão plena.
A economia dos criadores e a geração Z
Com o TikTok, Instagram e Twitch liderando a programação de conteúdo, o Web Summit Rio 2025 também serviu como palco para discutir a nova lógica da atenção. Carol Bacarat, diretora global do TikTok, apresentou o Creator Playbook 2025, destacando que:
- Criadores com menos de 10 mil seguidores respondem por 56% do engajamento em campanhas digitais.
- 81% dos consumidores da Geração Z confiam mais em recomendações de criadores do que em anúncios tradicionais.
- A média de monetização por criador latino-americano aumentou 42% entre 2023 e 2025.
Especialistas alertaram, contudo, para a crescente pressão psicológica enfrentada por criadores, sugerindo novas políticas de bem-estar nas plataformas.
Conclusão
O Web Summit Rio 2025 não foi apenas um evento de tendências tecnológicas. Foi uma vitrine do futuro em construção. Um futuro que passa pelo uso responsável da inteligência artificial, pela humanização do sistema financeiro, pela valorização da diversidade e pela expansão do impacto social por meio da tecnologia.
Com recordes de público, diversidade, capital investido e representatividade, a edição de 2025 reforça o papel do Brasil como polo global de inovação. Mais do que nunca, as transformações discutidas no Rio ecoam muito além da cidade: elas moldam os próximos anos de nossa sociedade.
Fontes
https://smarthis.com/insights/web-summit-rio-2025?utm_source=chatgpt.com
https://gazetamercantil.com/assistente-de-investimento-ia-itau-2025?utm_source=chatgpt.com
https://focalizando.com.br/web-summit-rio-2025-cobertura-destaques-opinioes?utm_source=chatgpt.com
Nota:Este conteúdo é meramente informativo e não constitui recomendação de investimento. As informações são baseadas em fontes consideradas confiáveis, mas podem não refletir todas as condições de mercado. O Itaú BBA não se responsabiliza por perdas, danos ou opiniões expressas no conteúdo deste e demais canais associados ou proprietários. Investimentos diretos em negócios, renda fixa e/ou variável envolvem alto risco e podem sofrer oscilações devido a fatores políticos e econômicos.