Meio ambiente e o mundo dos negócios
Por Itaú BBA
Apesar da expectativa de que a guerra entre Israel e Hamas tenha um impacto negativo nas negociações internacionais na COP28, a sequência de catástrofes naturais globais, como a seca na Amazônia e as enchentes no Rio Grande do Sul, para citar apenas casos do Brasil, reforça a urgência do debate sobre as mudanças climáticas e pode resultar em uma conferência mais consciente.
É o que espera Luciana Nicola, diretora de relações institucionais e sustentabilidade do Itaú Unibanco. “A agenda do clima não é uma agenda complementar, acessória. É uma nova forma de entender e precificar o risco e de fazer negócios”, afirma.
Quem não se adequar, tende a perder mercado. “É uma agenda de oportunidade para quem conseguir fazer a transição”, diz Fabio Guido, gerente de sustentabilidade e estratégia ESG do banco. “As empresas que se adaptarem vão atrair mais recursos”, completa.
É preciso inovação e investimento para que essas oportunidades se concretizem. O sistema financeiro tem papel fundamental nisso, podendo oferecer produtos e ferramentas para viabilizar a transição de seus clientes.
Nicola vê o setor financeiro como o mais capacitado a olhar a questão de forma transversal. “Desde que aderimos à NZBA (Net-Zero Banking Alliance) nossa visão passou a ir além do olhar técnico para englobar também a compreensão da realidade das empresas brasileiras, das política públicas e das formas como o banco pode contribuir na transição para uma economia de baixo carbono”, diz.
O Itaú pretende voltar da COP mais apto a traduzir os debates travados na conferência para o mundo dos negócios. “Temos que entender como a mudança climática vai impactar cada um dos setores e mostrar para nosso cliente como isso chegará na sua empresa. A partir daí, temos que ajudá-lo a desenhar a transição do seu negócio para, depois, colocar à disposição os melhores instrumentos financeiros”.
O banco aposta em demonstrar aos seus clientes os benefícios do processo de descarbonização dos seus negócios, como estratégia de mitigação de riscos e também de busca de novas oportunidades, em vez de simplesmente interromper relações comerciais com aqueles intensivos em carbono.
“Políticas de phase out são necessárias, mas pouco efetivas e têm que ser uma etapa final. Deixar clientes para trás não tem se mostrado como uma solução, como um agente de mudança para o que a gente precisa fazer para o clima”, completa Nicola.