Cenário Macro Mensal: Abril 2024
Confira os destaques do bate-papo que contou com a participação de Thomas Wu, economista-chefe da Itaú Asset, Bruno Serra, gestor líder dos fundos da família Itaú Janeiro, com moderação de Maria Luiza Morad, da área de comunicação do Itaú
Por Itaú Asset
Cenário internacional
O grande destaque recente no cenário internacional foi a divulgação do relatório de emprego (payroll) nos EUA, que aconteceu nessa sexta-feira (05/04). A leitura do Payroll mostrou um mercado de trabalho robusto, com a criação de vagas bem acima do esperado.
Para nosso economista-chefe, os resultados nos EUA têm sido “desconfortáveis”, pois, cada vez mais, os dados confirmam que os cortes de juros serão postergados. Isso porque os dados de inflação para janeiro e fevereiro, já revisados, foram confirmados em patamares muito altos. O preço da gasolina, por exemplo, também tem sido preocupante, tendo subido 15% no começo do ano, como consequência dos conflitos geopolíticos no Oriente Médio.
OBS: Vale mencionar que logo após a Live tivemos um CPI (inflação ao consumidor) para março nos EUA além do esperado no dia 10/04.
Anteriormente, acreditava-se que os resultados dos dados bastante negativos poderiam ser ruídos, sinal de uma volatilidade nos dados. Contudo, o resultado forte do payroll em março corrobora e confirma a conjuntura ruim.
Conforme mais dados forem divulgados e revisados ao longo do ano, será possível entender melhor a situação nos EUA, mas o cenário indica maior cautela e possível postergação do início de um ciclo de cortes.
No geral, assumimos um tom de maior preocupação e pessimismo em relação ao cenário externo, marcado pelas grandes incertezas e falta de convicção a respeito dos cortes de juros.
Cenário local
O cenário brasileiro também está marcado por incertezas, de acordo com Thomas Wu, como a possível transição no comando da Petrobrás. Isso, associado às inseguranças do contexto americano, trouxeram impactos na conjuntura local, influenciando as perspectivas de médio e longo prazo da política monetária, em especial. O Copom, que antes sinalizava a possibilidade de cortes de juros na magnitude de -0,50% para as próximas duas reuniões, tem indicado crescente preocupação com o cenário externo e local, comunicando que deve realizar apenas mais um corte nesta magnitude de -0,50%, desacelerando à frente, com cortes de -0,25% após a próxima reunião.
Para Bruno Serra, o principal destaque do cenário brasileiro são os riscos relevantes de alta na expectativa de inflação. A alta registrada na inflação implícita, nos títulos indexados à inflação, somada a incertezas locais e externas, pode aumentar ainda mais as expectativas de inflação, influenciando o ciclo de corte de juros. Por hora, é necessário aguardar o posicionamento do BACEN, para ter uma certeza maior de perspectivas futura. Temos como base 9,50% para taxa Selic terminal em 2024 e 2025.
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