Cenário Macro mensal: abril 2025
Confira os destaques da nossa conversa mensal sobre economia e mercados com Thomas Wu, economista-chefe da Itaú Asset, e Carlos Silva, gestor de renda variável do Itaú Janeiro. A moderação foi feita pela Maria Luiza Morad, da área de comunicação do Itaú
Por Itaú Asset

Cenário internacional
Abril foi marcado pela forte reação dos mercados ao pacote de tarifas anunciado pelos Estados Unidos no dia 2 de abril. As medidas – com tarifa base de 10% e sobretaxas mais altas para China, Vietnã, Índia e outros países asiáticos – levaram o S&P 500 a uma de suas maiores quedas históricas. O objetivo é, entre outros, fomentar a reindustrialização americana.
Embora o governo Trump tenha recuado parcialmente, congelando as tarifas para os demais países com exceção da China por 90 dias, possivelmente após pressão de grandes corporações e da opinião geral. O risco tarifário permanece no radar, trazendo incertezas para empresas e investidores. Esperamos ver alguma mudança na agressividade das tarifas a partir de negociações paralelas durante o período.
A relação entre EUA e China, centro da atual tensão geopolítica, continua delicada. Sem canais formais de diálogo por enquanto, a expectativa é que a disputa se prolongue, afetando cadeias produtivas e projeções de lucro das empresas.
As bolsas internacionais refletem essa incerteza. O mercado já sente e precifica a dificuldade das empresas em traçar guidance claros, com revisões de lucro em diversos setores. Ao mesmo tempo, permanecem oportunidades táticas, com destaque para empresas de tecnologia e semicondutores (como TSM e Nvidia).
Cenário local
Com a desaceleração da atividade global, o mercado brasileiro segue na expectativa sobre qual a magnitude do movimento para a decisão da próxima reunião do Copom, no mês que vem. A Selic deve permanecer elevada no curto prazo, mas o mercado precifica cortes mais adiante.
Na renda variável, o time da estratégia Itaú Janeiro adota postura neutra em bolsa brasileira, após compressão do prêmio de risco. O cenário permanece sensível às movimentações externas.
O Brasil aparece como potencial beneficiado da “nova ordem comercial” que pode surgir a partir das novas tarifas, com posição neutra em termos de negociação tanto com a China como com os Estados Unidos. Setores ligados à exportação, como logística e mineração, podem se beneficiar, caso exista um redirecionamento de “compras”.
Por fim, os investidores devem monitorar eventos como os resultados trimestrais das big techs e as próximas decisões de política monetária nos EUA e no Brasil, que devem trazer sinalizações importantes.
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