Cenário Macro mensal: fevereiro 2025

Confira os destaques da nossa conversa mensal sobre economia e mercados com Thomas Wu, economista-chefe da Itaú Asset, e Mariana Dreux, gestora do Itaú Yield Plus. A moderação foi feita pela Maria Luiza Morad, da área de comunicação do Itaú

Por Itaú Asset

3 minutos de leitura
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Elaboração: Itaú Asset Management

Cenário internacional

Desde o início do novo governo de Donald Trump, nos EUA, chama atenção o aumento de uma retórica protecionista, o presidente americano sinalizou novas tarifas sobre chips, automóveis e produtos farmacêuticos importados. No entanto, até o momento, as medidas anunciadas não foram efetivamente implementadas, criando um ambiente de incerteza. A postura imprevisível de Trump impacta as expectativas econômicas e pode influenciar as decisões de política monetária do Federal Reserve, que adota uma posição cautelosa, reforçando o discurso de que não tem pressa para alterar os juros. O consenso é de manutenção das taxas no primeiro semestre.

Na Europa, a economia segue exposta à desaceleração chinesa e às tensões comerciais com os EUA. O Banco Central Europeu (BCE) se encontra em uma posição mais propensa a cortes de juros, considerando uma inflação mais próxima da meta. Já o Banco da Inglaterra adota uma postura mais dovish (inclinada a cortes de juros), apesar de a inflação ainda inspirar cautela.

Desde 2023, o Banco Central do Chile reduziu significativamente suas taxas de juros, no entanto, a inflação voltou a subir. O impacto da desvalorização cambial e a recomposição tarifária aumentam a pressão inflacionária, levando o mercado a precificar uma possível reversão na política monetária.

Cenário local

A prévia do PIB brasileiro de 2024 indicou um bom crescimento, mas vemos sinais de desaceleração econômica, especialmente nos setores mais dependentes de crédito, como construção civil e veículos. O Banco Central tem assumido uma postura de reconhecer essa desaceleração, mas ainda observa pressões inflacionárias persistentes. Apesar da inflação elevada, a debate agora caminha para a possibilidade da manutenção da Selic, em vez de novas altas pelo BC.

A preocupação com as políticas fiscais permanece em foco. Nesse sentido, alguns projetos em discussão, como a isenção do Imposto de Renda para indivíduos com renda mensal de até R$ 5.000 e o aumento de programas sociais, podem pressionar as contas públicas. O real se valoriza no curto prazo, mas preocupações estruturais, como inflação e dívida pública, indicam riscos de desvalorização futura.

Os próximos meses serão marcados pelo monitoramento da atividade econômica doméstica, das decisões do Banco Central e da implementação das medidas fiscais em discussão.

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Assista à live completa abaixo.

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