Cenário Macro Mensal: Janeiro 2025
Confira os destaques da nossa conversa mensal sobre economia e mercados com Thomas Wu, economista-chefe da Itaú Asset. A moderação foi feita pela Maria Luiza Morad, da área de comunicação do Itaú.
Por Itaú Asset

Cenário internacional
Em um cenário global repleto de incertezas, a economia dos Estados Unidos apresenta, de maneira geral, sinais mistos. A inflação de dezembro surpreendeu, ficando abaixo do esperado, o que abriria espaço para possíveis cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) mas o comitê de política monetária deve seguir com cautela e provavelmente não alterar a taxa básica em janeiro. A força do mercado de trabalho e os ajustes sazonais, impactados pela pandemia, ainda geram dúvidas consideráveis. A inflação anual nos EUA fechou entre 2,7% e 2,8%, acima da meta de 2%, e o primeiro trimestre de 2025 será crucial para determinar se a inflação se manterá acima ou abaixo de 2,5%. O mercado de trabalho americano, por sua vez, mostra contratações reduzidas, mas sem um aumento significativo nas demissões, o que Thomas levanta que potencialmente pode ser atribuído à automação e à inteligência artificial.
Enquanto isso, a China se prepara, de forma estratégica, para enfrentar impactos significativos caso as tarifas americanas sejam ampliadas, com uma provável depreciação cambial como resposta. O crescimento econômico chinês em 2025 será gerido cuidadosamente para evitar oscilações, com meta de crescimento que deve ser estabelecida entre 4,5% e 5,5%.
Em resumo, a relação entre os EUA e a China continua sob tensão, e a política monetária do Fed deve seguir monitorando atentamente os dados de inflação e emprego, com efeitos adicionais provenientes da provável elevação de tarifas externas.
Cenário local
No Brasil, a economia apresenta uma desaceleração mais precoce do que o esperado, com o crescimento projetado para 2025 reduzido para 2,5% em nossas contas, um avanço ainda importante, mas abaixo dos 3,2% anteriormente projetados. No entanto, a inflação foi revisada para cima, com uma projeção de 6,3% para este ano, refletindo o aquecimento econômico e a pressão cambial. A nossa taxa Selic terminal projetada foi ajustada para 15,75%, e o importante será observar a função de reação do Banco Central do Brasil ao longo deste ano.
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