Cenário Macro Mensal: Junho 2022
Confira os principais destaques da nossa atualização mensal sobre o cenário econômico na visão do time de economia da Itaú Asset, liderado por Thomas Wu como economista-chefe.
Por Itaú Asset

Ao longo do último mês, a escalada da inflação em termos globais, assim como as perspectivas altistas de juros e a desaceleração do crescimento ao redor do mundo, continuaram no centro do debate econômico.
Abaixo, você confere mais detalhes sobre os destaques do nosso bate-papo mensal relacionados ao cenário internacional e local.
Cenário internacional
No cenário internacional, analisando o contexto macroeconômico americano por uma perspectiva histórica, é possível observarmos características diferentes entre a escalada inflacionária das décadas de 60 e 70 e o movimento recente.
Enquanto o aumento de preços da década de 70 foi precedido por três choques consecutivos, sendo o primeiro deles um sobreaquecimento do mercado de trabalho, seguido de dois choques do petróleo, atualmente, vemos, simultaneamente, um aquecimento do mercado de trabalho e um choque do petróleo (assim como de outras commodities), que mesmo não comparável em magnitude com os choques anteriores, ainda é o mais intenso desde então.

Nesse sentido, a dinâmica do mercado de trabalho americano, que segue pressionado com pouca oferta de mão de obra, o que, por consequência, se reflete em elevação dos salários, aliada ao aumento de preços dos insumos (commodities), acarreta uma combinação perfeita para o repasse de preços.
Portanto, o momento exato em que a inflação apresentará uma tendência consistente de queda segue incerto.
Assim, o balanço entre aperto monetário, condições financeiras, renda das famílias e emprego será o tema que permeará as análises sobre o nível de juros necessário nos Estados Unidos para combater o avanço dos preços.
Do lado da China, apesar de observarmos uma melhora substancial da média móvel de casos diários de Covid, ainda que com certo otimismo, seguimos monitorando com cautela os desdobramentos dos efeitos da política de Covid zero sobre a atividade chinesa.
Cenário local
Dentro do cenário local, numa dinâmica positiva, vemos medidas como a liberação do FGTS e a antecipação do 13º do INSS como impulsionadoras da atividade econômica.
Como reflexo desse e de outros fatores, o primeiro semestre do ano deve apresentar crescimento além do esperado anteriormente, sendo seguido por uma desaceleração da atividade, com impactos da restrição monetária e lenta convergência da inflação para a meta.
Porém, a ainda forte demanda interna, a volatilidade cambial, a dinâmica dos preços para alimentos e as surpresas altistas em serviços e indústria imprimem incertezas sobre a velocidade da desaceleração no avanço dos preços.
Seguimos atentos a dinâmica da inflação e atividade, e esperamos que o Banco Central do Brasil eleve a taxa básica de juros em 0,50% na próxima semana. Como sempre, analisaremos o resultado da reunião do COPOM assim que o resultado for divulgado. Fique ligado aqui no nosso blog na próxima quarta-feira (15 de junho).
Confira as projeções da nossa equipe econômica aqui.
Assista à live completa abaixo!