Cenário Macro Mensal: Maio 2022

Confira os principais destaques da nossa atualização mensal sobre o cenário econômico na visão do time de economia da Itaú Asset, liderado por Thomas Wu como economista-chefe.

Por Itaú Asset

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Elaboração: Itaú Asset Management

Ao longo do último mês, com a desaceleração do crescimento global, a escalada da inflação e políticas monetárias mais contracionistas ao redor do mundo, o cenário econômico ganhou contornos ainda mais desafiadores.

Abaixo, você confere mais detalhes sobre os destaques relacionados à China, Europa e Estados Unidos e Brasil.

China

Em meio aos recentes lockdowns na China em decorrência das novas ondas de Covid-19 na região, impactos econômicos sobre a atividade de curto prazo devem ser observados.

Ainda que compensados, ao menos parcialmente, pelos estímulos anunciados pelo governo chinês, estas restrições à mobilidade ainda tendem a impactar as já pressionadas cadeias produtivas globais.

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Fonte: Gianluca Benigno, Julian di Giovanni, Jan J. J. Groen, and Adam I. Noble, “Global Supply Chain Pressure Index: March 2022 Update” Federal Reserve Bank of New York Liberty Street Economics, March 3, 2022, https://libertystreeteconomics.newyorkfed.org/2022/03/global-supply-chain-pressure-index-march-2022-update/.

Como um risco ainda presente, seguimos monitorando com atenção os desdobramentos dos efeitos da política de Covid zero sobre a atividade chinesa e seus consequentes impactos sobre crescimento e inflação em termos globais.

Estados Unidos e Europa

Com o conflito entre Rússia e Ucrânia ainda em curso, para além das trágicas consequências humanitárias, as repercussões e os impactos econômicos do confronto vêm crescendo, e seguem pressionando o crescimento global para baixo, assim como a inflação global para cima.

Dentro dessa dinâmica, vemos países europeus intensificando discussões sobre a evolução das sanções energéticas à Rússia. Possíveis retaliações a esse movimento adicionam maiores incertezas à equação.

Em termos de política monetária, os contornos desse cenário estimulam os Bancos Centrais, como o Federal Reserve (Fed) e o European Central Bank (ECB), a conduzirem um ciclo de aperto monetário mais agressivo, focado no combate à inflação mais alta e persistente que o esperado.

Nos Estados Unidos, o Fed já deu início ao seu ciclo de alta de juros com a primeira elevação da taxa básica em março e aceleração do ritmo de aperto para uma alta de 0,5% na reunião de maio.

Brasil

Dentro do cenário local, as recentes divulgações mostram uma inflação pressionada, com núcleos ainda em patamares elevados. O processo de arrefecimento em direção a meta deve ser gradual.

Entendemos que os juros já estão em patamares restritivos desde o 4º trimestre de 2021, e devem começar a apresentar seus primeiros impactos relacionados à transmissão da política monetária em breve.

Do lado da atividade, vemos o mercado de trabalho produzindo sinais positivos, com geração de vagas formais de trabalho e salários reais se recuperando na margem, apesar de ainda deprimidos.

As perspectivas para atividade em 2022 apresentaram revisões positivas no último mês. O ano corrente deve apresentar crescimento além do esperado anteriormente para o primeiro semestre, porém, devemos observar desaceleração da atividade em seguida, com impactos da restrição monetária.

Seguimos atentos a dinâmica da inflação e atividade, o Banco Central do Brasil deve realizar ao menos um ajuste adicional de 0,50% em junho.

Confira as projeções da nossa equipe econômica aqui.

Assista à live completa abaixo!