Cenário Macro mensal: maio 2025
Confira os destaques da nossa conversa mensal sobre economia e mercados com Thomas Wu, economista-chefe da Itaú Asset, e Luiz Ribeiro, gestor do Itaú Asgard. A moderação foi de Maria Luiza Morad, da área de comunicação do Itaú
Por Itaú Asset
Cenário internacional
A dívida americana e os recentes cortes de impostos têm gerado preocupação no mercado global. A tentativa de tornar permanentes alguns cortes de imposto para pessoa física, realizados no passado e em revisão hoje, levanta questões sobre a sustentabilidade do déficit fiscal e de conta corrente dos EUA, mesmo com o dólar mantendo seu status de moeda de reserva mundial. No que tange à política tarifária do governo Trump, suas ameaças e recuos geram incerteza e um custo de credibilidade para a economia americana. Essa ansiedade se reflete diretamente no aumento das taxas de juros de longo prazo.
A principal implicação desse questionamento do "excepcionalismo americano" é o enfraquecimento do dólar e um consequente fluxo de saída de capital dos EUA para outros mercados desenvolvidos e emergentes, como a América Latina. Historicamente, a desvalorização do dólar tem gerado retornos positivos para a região, e essa tendência já pode ser observada com mercados latino-americanos atingindo recordes. Apesar dos ruídos, o mercado americano tem se mostrado resiliente, numa constatação de que o presidente é sensível à performance do S&P.
Para a diversificação internacional, o Itaú Asgard tem adotado a exposição à Europa como estratégia, com foco em empresas industriais que se beneficiam de tendências como a infraestrutura de IA e o aumento dos gastos com defesa. Em contrapartida, a exposição ao México foi reduzida devido ao aumento de risco, enquanto a visão para a Argentina é otimista, com benefícios de reformas ainda não precificados.
No setor de tecnologia, vivemos o início de uma onda de inteligência artificial, com muito a ser explorado em áreas como robótica e autonomia na direção. Para Luiz Ribeiro, o foco se desloca agora do treinamento para o uso efetivo da IA, e as empresas mais beneficiadas serão as que melhor aplicarem essa tecnologia para otimizar a produtividade. Há uma corrida por capital para liderar essa curva exponencial de crescimento e inovação.
Cenário local
No Brasil, tivemos definições relacionadas ao IOF como foco da atenção no mês e uma elevação de 0,50% ma Selic, para 14,75%, com possível pausa a partir da próxima reunião.
A bolsa local tem batido recordes, impulsionada por um dólar mais fraco e valuations atrativos em comparação com mercados desenvolvidos. O fluxo de capital estrangeiro para o Brasil, sendo um dos maiores mercados emergentes, tem sido um driver importante. Empresas domésticas mostram resiliência, e os "cíclicos domésticos", que estão ligados à economia interna, são um destaque com potencial de chamar ainda mais atenção dos investidores.
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