Cenário Macro mensal: março 2025

Confira os destaques da nossa conversa mensal sobre economia e mercados com Thomas Wu, economista-chefe da Itaú Asset, e Pablo Salgado, gestor líder da família de fundos Itaú Optimus. A moderação foi feita pela Maria Luiza Morad, da área de comunicação do Itaú

Por Itaú Asset

3 minutos de leitura
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Elaboração: Itaú Asset Management

Cenário internacional

O ambiente global segue desafiador, com destaque para a condução da política monetária nos Estados Unidos. O Federal Reserve, banco central dos EUA, reforçou o tom de cautela, indicando que a trajetória de cortes na taxa de juros dependerá da evolução dos dados econômicos. A resiliência do mercado de trabalho e a inflação persistente ainda geram incertezas sobre o início desse ciclo de flexibilização. O mercado segue sensível às sinalizações dos bancos centrais e dos anúncios tarifários do Governo Trump.

Na esteira das tensões comerciais devido ao “tarifaço” comandado por Donald Trump, as novas tarifas comerciais anunciadas pelo presidente americano seguem sendo tema de preocupação. As medidas protecionistas podem impactar diretamente o comércio internacional, agravando o embate entre os EUA e seus principais parceiros, em especial a China, o México e o Canadá. O mercado avalia os possíveis efeitos dessas taxas sobre as cadeias produtivas globais e a inflação. Caso implementadas, elas podem gerar efeitos nos preços de insumos e bens finais, além de afetar a confiança dos investidores, o que afeta a atividade econômica.

Na Europa, os desafios seguem concentrados na atividade econômica fraca, especialmente na zona do euro, mas a postura recente inclinada à flexibilização pelo lado fiscal tem gerado revisões positivas para a atividade da região. O Banco Central Europeu mantém postura vigilante, enquanto a inflação apresenta sinais mistos. Já na China, os estímulos recentes do governo começam a mostrar efeitos graduais na economia, mas a recuperação ainda parece desigual entre os setores.

Thomas Wu realizou viagem a Hong Kong para uma série de encontros com investidores e autoridades locais. As percepções coletadas reforçam a visão de um crescimento moderado na China, com desafios estruturais ainda presentes. A confiança dos investidores segue cautelosa, mas há otimismo em setores estratégicos, como inteligência artificial e transição energética. As impressões dessa visita trazem insights valiosos para a compreensão do cenário global e seus reflexos nos mercados emergentes.

Cenário local

No cenário doméstico, o Banco Central manteve o ritmo de alta na taxa Selic, em linha com as expectativas do mercado. A sinalização da autoridade monetária segue sendo de um processo gradual e dependente dos desdobramentos do quadro inflacionário. A inflação continua convergindo para a meta, mas os núcleos ainda exigem atenção.

No campo fiscal, a preocupação com a trajetória das contas públicas permanece em foco. O governo anunciou medidas para reforçar a arrecadação, enquanto o mercado avalia os impactos sobre a atividade econômica.

Já no mercado de trabalho, a taxa de desemprego segue em queda, sustentando o consumo das famílias. No entanto, a confiança empresarial apresenta sinais mistos, refletindo incertezas sobre o ritmo de crescimento para os próximos trimestres.

Seguimos acompanhando os próximos passos para entender melhor os efeitos sobre a economia brasileira.

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