Cenário Macro Mensal: Novembro 2024
Confira os destaques do bate-papo entre Thomas Wu, economista-chefe da Itaú Asset, e Bruno Savaris, gestor líder da família de fundos Itaú Hunter. A moderação foi feita pela Maria Luiza Morad, da área de comunicação do Itaú
Por Itaú Asset
Cenário internacional
A recente reeleição de Donald Trump nos Estados Unidos trouxe grandes impactos para o mercado global. Como parte do projeto para o novo mandato, o ex-presidente apresentou uma agenda marcada por políticas fiscais expansionistas, redução de impostos e cortes na regulamentação, medidas que podem ter efeito positivo para o crescimento e o lucro das empresas, especialmente na Bolsa de Valores (S&P 500). Em outra frente, o aumento das tarifas de importação e maior controle sobre a imigração, o mercado de trabalho americano poderá enfrentar pressões adicionais, refletindo em uma possível alta inflacionária.
Já observamos efeitos na curva de juros dos EUA provenientes deste cenário, com investidores precificando um aumento na inflação e, consequentemente, nas taxas de juros. A moeda americana se valorizou em relação aos emergentes, com o peso mexicano e o real brasileiro registrando depreciação. Para investidores internacionais, as oportunidades estão sendo avaliadas com cautela. Setores financeiros e industriais apresentam um potencial de crescimento mais resiliente sob a nova administração Trump, especialmente empresas que se beneficiam do "reshoring" e da menor regulamentação.
Cenário local
No cenário brasileiro, a recente elevação da taxa Selic pelo Copom (0,5% em novembro) refletiu a pressão inflacionária e as incertezas fiscais que marcam a economia. A expectativa da Itaú Asset para a última reunião do Copom no ano é de um ajuste de 0,75% em dezembro, ritmo mais acelerado do que o observado na última reunião. O Brasil tem enfrentado desafios semelhantes aos de outros emergentes, com a inflação acima da meta e dificuldades para estabilizar o câmbio, que recentemente chegou a R$ 5,80.
A economia brasileira tem surpreendido com um crescimento estimado de 3,5% para 2024, impulsionado principalmente por gastos fiscais. A preocupação com a sustentabilidade da dívida cresce, e investidores aguardam anúncios sobre cortes de gastos – que devem ser publicados após o G20. Para gestores locais, a incerteza justifica uma postura defensiva, priorizando setores como indústria e empresas exportadoras, que podem se beneficiar do câmbio depreciado.
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