Cenário Macro: nossa atualização para outubro de 2025

Confira os principais destaques do bate-papo que contou com a presença de Thomas Wu e Nicholas McCarthy

Por Itaú Asset

3 minutos de leitura

Apesar das incertezas, 2026 deve ser um ano de “risk-on”, com ambiente positivo para renda fixa e, mais adiante, para bolsa, sustentado por juros menores, dólar enfraquecido e inflação mais controlada. Este foi um dos principais destaques da nossa live mensal de cenário macro com Thomas Wu, economista-chefe da Itaú Asset, e com a participação do estrategista-chefe de Investimentos do Itaú, Nicholas McCarthy.

O encontro também abordou as tensões comerciais entre Estados Unidos e China, os desdobramentos das tarifas impostas por Donald Trump e seus impactos sobre câmbio e commodities. Com relação ao Brasil, a análise é que o país está em posição relativamente favorável, sustentado pela queda gradual da inflação e pela demanda mundial por commodities estratégicas, mas ainda dependente da evolução da política fiscal.

Confira os destaques da conversa:

Cenário internacional

Negociação entre EUA x China: possível pausa, não solução

As negociações entre Estados Unidos e China podem produzir uma trégua temporária. No entanto, o uso de tarifas como instrumento recorrente de política deve continuar nos próximos anos, elevando incertezas e reforçando a percepção de que os EUA se tornaram um parceiro comercial menos previsível. Além disso, a demanda global por commodities estratégicas, como metais raros e soja, cria oportunidades para países como o Brasil, que se destaca como um fornecedor relevante nesse movimento.

Dólar mais fraco e oportunidades em emergentes

As disputas comerciais e o maior prêmio de risco para os EUA sustentam a tese de depreciação do dólar por alguns anos, o que favorece os mercados emergentes. Além disso, o dólar mais fraco reduz a inflação global, permite que os bancos centrais cortem os juros e cria um ambiente mais favorável para ativos de risco.

Diante desse cenário, o comitê de investimentos do Itaú, do qual Nicholas McCarthy faz parte, está mais otimista com bolsas de mercados emergentes, e reduziu a exposição direta ao dólar das carteiras. Nicholas também destacou a valorização do ouro, que voltou a ser uma reserva relevante nas carteiras internacionais dos investidores.

Corte de juros nos EUA

A expectativa é que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) corte novamente os juros na reunião na próxima semana e faça mais uma redução em dezembro. Depois, é possível que os membros do comitê optem por pausar temporariamente o ciclo de cortes para avaliar os efeitos dessas medidas e das tarifas impostas por Trump. Caso a inflação siga cedendo, novas reduções podem ocorrer em 2026, reforçando a visão de um ambiente global de juros mais baixos e dólar fraco.

Cenário local

Atividade forte e corte de juros adiado

No Brasil, a inflação está desacelerando, mas a atividade econômica tem surpreendido pela resiliência, o que deve fazer o Copom adiar o início do ciclo de cortes da taxa Selic à espera de sinais mais claros de desaceleração. É possível que o Banco Central comece a reduzir os juros entre março e abril de 2026. Esse cenário segue positivo para ativos de renda fixa, e o começo da queda dos juros tende a beneficiar gradualmente os ativos de risco brasileiros.

Política fiscal

A não aprovação da MP 1303 no Congresso reacendeu dúvidas sobre o cumprimento das metas fiscais. A medida, que previa aumento de receitas, contenção de gastos e revisão de gastos tributários, perdeu validade, e o governo deve “fatiar” em novas votações. Ou seja, tentar aprovar as partes menos contestadas para recompor as receitas. A meta fiscal segue mantida, mas o ruído político e fiscal ainda preocupa.

O que observar à frente

  • A continuidade da queda da inflação, essencial para cortes de juros e valorização de ativos de risco.
  • Os desdobramentos da política fiscal no Brasil, determinante para manter a confiança e atrair capital estrangeiro.
  • Perspectivas 2026: nos últimos meses do ano, a Itaú Asset promoverá o Perspectivas 2026, com a presença de especialistas e convidados especiais. É possível acompanhar a programação por meio da comunidade no WhatsApp, onde as informações serão divulgadas em primeira mão.

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