Cenário Macro: nossa atualização para setembro de 2025

Juros nos EUA, tarifas americanas, as perspectivas para a economia brasileira e a família de fundos Itaú Lumina foram os destaques da live mensal

Por Itaú Asset

3 minutos de leitura

O cenário global segue movimentado e exige atenção redobrada dos investidores. Esse foi o tom da conversa mensal com Thomas Wu, economista-chefe da Itaú Asset, e Luis Wetzel, gestor da família de fundos Itaú Lumina, com mediação de Malu Morad. O encontro destacou o corte de juros promovido pelo Federal Reserve, os impactos da decisão na economia americana e brasileira, além do posicionamento da família de fundos Itaú Lumina.

O debate trouxe ainda a discussão sobre as tarifas impostas por Donald Trump, os efeitos sobre o câmbio e os pontos de atenção no Brasil, fechando com orientações práticas sobre como os investidores devem acompanhar a evolução da atividade e da inflação nos próximos meses.

Abaixo, confira os principais destaques do bate-papo.

Cenário internacional

Fed corta juros preventivamente

O Federal Reserve realizou em setembro o primeiro corte de juros desde 2024. A decisão não foi motivada por recessão ou crise, mas apresentada com um caráter preventivo.

O objetivo é reduzir riscos no mercado de trabalho, que mostra dinâmica inédita, com poucas contratações, poucas demissões e desemprego subindo lentamente. Segundo Wu, esse ciclo deve ser mais suave do que os anteriores: menos cortes e mais espaçados.

Tecnologia e mercado de trabalho

O avanço da inteligência artificial e da gig economy pode estar funcionando como “amortecedor” dos ciclos econômicos, dando maior resiliência ao emprego e à renda, mesmo com juros elevados. Isso reforça a hipótese de uma política monetária menos agressiva nos próximos anos.

Dólar em queda e apetite por risco

O dólar perdeu parte de sua força global. Esse movimento beneficia moedas emergentes, como o real, e amplia o fluxo para ativos de risco. A combinação de juros mais baixos nos EUA e juros elevados em países emergentes favorece a apreciação das moedas locais.

Cenário local

Impactos internacionais

Os cortes de juros nos Estados Unidos estimulam o apetite ao risco dos investidores, fortalecem moedas emergentes e atraem fluxo de capital para a renda fixa brasileira, dado o diferencial de taxas e a liquidez do mercado local. Esse movimento tende a valorizar o real. A expectativa é de que a moeda siga apreciando no curto prazo, sustentada pelo fluxo de capitais e pela atratividade dos títulos locais.

Manutenção da taxa Selic

O Copom manteve a Selic estável, em 15%, e reforçou o tom de cautela. Apesar da inflação estar em queda com ajuda do real valorizado e dos alimentos, a inflação de serviços ainda segue pressionada, sustentada por um mercado de trabalho aquecido.

A sinalização do Banco Central é que o ciclo de cortes deve começar apenas em 2026, refletindo a necessidade do comitê de observar sinais mais claros de desaceleração da atividade e convergência das expectativas de inflação.

Gestão e estratégia dos fundos Itaú Lumina

Luis Wetzel destacou a estratégia de combinar crédito com gestão ativa em renda fixa. As teses são revisadas diariamente, e as operações táticas também fazem parte da rotina.

Atualmente, a estratégia do fundo está posicionada na parte intermediária da curva de juros nominais, em NTN-Bs de longo prazo, com expectativa de queda dos juros reais. Há também posição em LTN/DI (curva nominal). No mercado de câmbio, o fundo mantém uma posição vendida em dólar e comprada em real.

Wetzel também comentou sobre o fundo Itaú Lumina Plus Infra, que se diferencia por equilibrar risco de crédito e de mercado.

O que monitorar à frente

  • Votação da reforma do Imposto de Renda no Congresso e trajetória fiscal brasileira.
  • IPCA-15 e núcleos de serviços, que podem adiar o início dos cortes no Brasil.

  • Dados do mercado de trabalho americano, um dos principais termômetros para a política monetária.

  • Reuniões do FMI em outubro, que ajudam a capturar o consenso de mercado.

  • Comércio exterior: a evolução das negociações entre Brasil e EUA sobre tarifas.

  • Fluxo global para emergentes, que sustenta câmbio e curva de juros locais.

Assista à gravação na íntegra:

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