Cenário Macro Mensal: Outubro 2024

Confira os destaques do bate-papo entre Thomas Wu, economista-chefe da Itaú Asset, e Bruno Serra, gestor líder da família de fundos Itaú Janeiro. A moderação foi feita pela Maria Luiza Morad, da área de comunicação do Itaú

Por Itaú Asset

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Elaboração: Itaú Asset Management

Cenário internacional

Com a aproximação das eleições nos Estados Unidos, cresce a incerteza quanto ao próximo nome a ocupar a Casa Branca. Em uma disputa acirrada, a democrata Kamala Harris demonstra ligeira vantagem nas pesquisas nacionais e em alguns swing states. No entanto, o republicano Donald Trump tem mostrado um crescimento nas intenções de voto, especialmente em estados industriais afetados por demissões e greves no setor automobilístico. Além disso, há questões geopolíticas como a guerra entre Israel e Irã, que podem influenciar o preço da gasolina e a percepção dos eleitores sobre a política externa a ser seguida depois do pleito. No fim, o resultado da eleição segue em aberto, sem clara vantagem de um candidato.

A política econômica dos dois candidatos também teria suas diferenças e impactaria os mercados de forma distinta. Uma possível vitória de Trump, por exemplo, tem sido interpretada como positiva para certos mercados, especialmente em um cenário em que conquista de apoio no Congresso – o movimento poderia resultar em cortes de impostos corporativos e, consequentemente, em um aumento dos lucros das empresas listadas na bolsa americana.

Na China, o governo tem implementado estímulos fiscais para atingir sua meta de crescimento de 5%. Embora o crescimento tenha sido fraco, os estímulos anunciados recentemente são vistos como suficientes para aproximar o crescimento do objetivo estipulado. A expectativa agora se volta ao anúncio da meta de crescimento para 2025, que será crucial para determinar o nível de estímulos futuros.

Cenário local

No Brasil, o cenário econômico apresenta uma combinação interessante de fatores. Apesar da nossa inflação girar ao redor de 4,5%, nível comparável a outros países da América Latina como Chile, México e Colômbia, o crescimento econômico brasileiro tem sido mais robusto, com uma expectativa de acima de 3% para este ano. No entanto, o prêmio de risco do país permanece elevado, refletindo incertezas na política fiscal e na comunicação do governo. Dúvidas sobre a postura expansionista fiscal contribuem para essa percepção de risco frente às contas públicas.

Apesar dos desafios, o Brasil tem uma janela de oportunidade para ajustar suas políticas fiscais e monetárias. O Banco Central iniciou um ciclo de alta de juros para controlar a inflação e sua expectativa, enquanto o governo parece inclinado a manter o novo arcabouço fiscal, que prevê uma desaceleração no crescimento dos gastos. Essa combinação de políticas pode ajudar a reduzir o prêmio de risco e estabilizar os preços dos ativos financeiros do país no curto prazo.

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