O relógio do clima está correndo: e agora?
Um alerta climático global, soluções que nascem da floresta e países emergentes ganhando espaço na energia limpa. Veja os movimentos que estão moldando o futuro e os investimentos.
Por Comunicação Itaú Asset
EDIÇÃO #1

Mudanças climáticas, soluções sustentáveis e novos blocos de poder verde no mundo. Nesta edição, reunimos os principais destaques que vêm moldando o futuro e que já impactam investimentos hoje. A seguir, confira as principais notícias e os nossos fundos que se conectam com esses temas:
Faltam três anos para limitar o aquecimento a 1,5°C, alertam cientistas
Um novo relatório global acendeu o alerta: se o ritmo atual de emissões continuar, o mundo pode ultrapassar o limite simbólico de 1,5°C de aquecimento já em 2028. O estudo reúne mais de 60 cientistas e foi destaque na BBC.
Mais de 200 países concordaram com essa meta no Acordo de Paris, em 2015. Mas as metas podem ficar fora do alcance se as emissões de carbono não diminuírem rapidamente. O problema é que o cenário atual mostra o oposto: as temperaturas já estão batendo recordes históricos, como os 40 °C no Reino Unido em 2022.
O professor Piers Forster, da Universidade de Leeds, destaca que estamos vendo algo inédito: uma combinação de mudanças sem precedentes com o aquecimento já causado pelas ações humanas. O relatório aponta que as temperaturas médias globais dos últimos 12 meses ficaram mais de 1,5°C acima da média do final do século XIX. Para os pesquisadores, a janela para evitar os piores efeitos da crise climática está se fechando.
Biodiesel é aposta de floresta em pé e renda para famílias
O futuro da Amazônia pode passar por uma alternativa já disponível: manter a floresta em pé e gerar renda com biocombustíveis. O Valor Econômico trouxe histórias que mostram como esse movimento já está acontecendo.
Uma delas é a da agricultora Luane Alves Penha, de Mazagão (AP), que conseguiu melhorar de vida com apoio da cooperativa Bio+Agri. A família recebeu R$ 11 mil para começar a produzir biodiesel a partir de óleo de palma. O projeto faz parte do programa Selo Biocombustível Social, do governo federal, que nos últimos cinco anos canalizou mais de R$ 6 bilhões para a agricultura familiar.
A ideia é clara: incentivar o biodiesel como fonte de energia limpa e, ao mesmo tempo, proteger a biodiversidade da floresta. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário, 80% do mercado é reservado a quem possui o selo. A aposta agora é aumentar a mistura de biodiesel para 20% até 2030. A palma, com seu alto rendimento, pode ser peça-chave nessa transição.
Brasil, Índia e Egito emergem em novo cinturão da indústria solar
China, EUA e Europa ainda lideram os investimentos em energia renovável, mas não estão sozinhos. Segundo a Eixos, países como Brasil, Índia e Egito começam a formar um novo “cinturão industrial solar”, com destaque para projetos em regiões historicamente fora do radar.
O relatório cita um piloto de eólica offshore no Rio Grande do Norte, que acaba de receber a primeira licença ambiental, e aponta que o Brasil está bem-posicionado para atrair recursos e talentos no setor de energia limpa. A tendência é que a cadeia de produção de baixo carbono se descentralize, abrindo espaço para emergentes que reúnem boas condições climáticas, matérias-primas e custo competitivo.
Entre os destaques estão:
- Amônia verde e combustíveis sustentáveis para aviação (SAF)
- Hidrogênio de baixo carbono
- Captura e armazenamento de CO2 (CCS)
Brasil, Índia, Turquia e países da África Subsaariana já somam 30% de todos os projetos classificados como “indústria limpa”.
Quais fundos se conectam com esse tema? Itaú Energia Limpa e REVE11
Uma estrutura voluntária de divulgação de risco climático para bancos
Por fim, o ESG News destacou a nova iniciativa do Comitê de Basileia, que orienta bancos globais sobre como reportar riscos relacionados ao clima. A estrutura é voluntária, mas representa um avanço importante: inclui diretrizes qualitativas e quantitativas para medir impactos, com espaço para adaptação de acordo com a maturidade de cada país.
A publicação também traz um alerta: bancos precisam interpretar os dados de forma ampla, combinando métricas com contexto. O objetivo é dar mais transparência ao mercado e acelerar a incorporação dos riscos climáticos nas decisões financeiras.
Market Data & Performance
