Perspectivas 2025: destaques do painel “Renda variável: para onde vai a bolsa em 2025?”
Confira um resumo do painel “Renda variável: para onde vai a bolsa em 2025?” que aconteceu no evento Perspectivas 2025 e contou com a participação de Luiz Ribeiro, gestor do Itaú Asgard, Rodrigo Koch, gestor do Itaú Optimus, e Carlos Silva, gestor do Itaú Janeiro, e moderação de Fernando Cavallete, head Portfolio Specialists Itaú Asset.
Por Itaú Asset

O painel “Renda variável: para onde vai a bolsa em 2025?” contou com a participação de Luiz Ribeiro, gestor do Itaú Asgard, Rodrigo Koch, gestor do Itaú Optimus, Carlos Silva, gestor do Itaú Janeiro e foi moderado por Fernando Cavallete, head da área de Portfolio Specialists da Itaú Asset.
Confira, a seguir, os principais destaques do painel.pontos abordados:
Cenário global
- Rodrigo Koch destacou que o ano de 2024 foi marcado pelo forte desempenho das bolsas americanas, com o índice S&P 500 subindo 28%, impulsionado pelas "Magnificent 7", grupo de grandes empresas de tecnologia como Microsoft e NVIDIA.
- Essas empresas tiveram um crescimento de 35% nos lucros, enquanto as outras empresas do índice apresentaram aumento de apenas 2%. Koch ressaltou que o principal motor desse desempenho foi a desinflação nos Estados Unidos, acompanhada do ciclo de cortes de juros realizado pelo Federal Reserve.
- Apesar disso, segundo Koch, o "boom" visto em 2024 provavelmente não se repetirá. Contudo, o crescimento esperado deve ser sólido, entre 10% e 15%, alinhado ao aumento dos lucros corporativos. O mercado americano deve continuar atrativo, mas com menos espaço para grandes divergências entre as " Magnificent 7" e as demais empresas do índice.
- Para Carlos Silva, o impacto da inteligência artificial (IA) foi um tema estrutural para a valorização de diversas empresas, com destaque para NVIDIA e Microsoft. Embora 2025 possa ser desafiador devido a gargalos na cadeia de produção de chips, a IA representa uma oportunidade de longo prazo, especialmente em setores como computação em nuvem.
- Luiz Ribeiro destacou que temas relacionados à IA estão em momento inicial e que as empresas que se destacarem no desenvolvimento dessa tecnologia terão um diferencial competitivo significativo no médio prazo.
O desempenho do Brasil em 2024 e perspectivas para 2025
- A bolsa brasileira apresentou desafios substanciais em 2024, com o Ibovespa caindo cerca de 5% em moeda local e mais de 20% em dólar.
- Para Koch, o cenário de juros elevados combinado às incertezas fiscais resultou em uma performance muito abaixo de mercados desenvolvidos.
- Carlos Silva apontou que a alta da taxa de juros de longo prazo no Brasil teve impacto direto nos valuations das empresas, especialmente nas mais alavancadas e cíclicas.
- Apesar disso, os gestores veem oportunidades para 2025. Koch acredita que setores mais resilientes, como o de utilities (energia e saneamento), têm potencial para se destacar, especialmente considerando empresas com geração de caixa robusta e receitas indexadas à inflação. Por outro lado, companhias com alto endividamento e pouca capacidade de repassar custos para os consumidores, como as do setor de consumo cíclico, devem ser evitadas.
- Complementando, Luiz Ribeiro observa que o cenário brasileiro apresenta uma simetria positiva: embora os valuations sejam baixos, há oportunidades interessantes para investidores atentos. Ele destacou o setor de exportadoras, particularmente o de celulose, como um dos mais promissores devido à desvalorização cambial, que favorece a geração de caixa e as recompras de ações.
Mercados emergentes e América Latina
- Luiz Ribeiro destacou que o otimismo dos investidores globais está concentrado no mercado americano, enquanto os mercados emergentes, incluindo o Brasil, permanecem esquecidos. Ele ressaltou que o "gap" de valuation entre emergentes e mercados desenvolvidos está em um dos níveis mais altos da história, criando oportunidades para alocação de longo prazo.
- O México, por exemplo, foi citado como um mercado interessante, com valuations atrativos e benefícios estruturais do "nearshoring".
- Rodrigo Koch também mencionou a Argentina como um destaque, ressaltando o impacto positivo das reformas econômicas do governo Milei.
- No entanto, Ribeiro fez um alerta sobre a dependência do mercado brasileiro em relação ao capital externo. Apesar de os gestores reconhecerem que o Brasil ainda representa uma parcela relevante nos índices globais de mercados emergentes, o desinteresse de investidores estrangeiros no país é um fator limitador para o crescimento.
Conclusões e estratégias
- O consenso entre os gestores é que 2025 será um ano desafiador, mas com oportunidades para investidores ativos.
- Carlos Silva enfatizou que, em cenários de incerteza, a gestão ativa é essencial para capturar discrepâncias entre os setores e empresas.
- Luiz Ribeiro reforçou que a seleção criteriosa de ativos, considerando fatores como qualidade dos resultados e pricing power, será crucial para navegar um ambiente de juros altos e crescimento econômico moderado.
- No Brasil, Rodrigo Koch destacou a importância de diversificar, priorizando setores defensivos e exportadores. Já Carlos Silva comentou que, apesar dos desafios, valuations historicamente baixos tornam a bolsa brasileira interessante para posições táticas de curto prazo, enquanto Luiz Ribeiro observou que o momento é oportuno para investidores institucionais com visão de longo prazo.
O painel concluiu que, embora o mercado de renda variável enfrente desafios significativos, principalmente no Brasil, há motivos para otimismo moderado, especialmente em mercados desenvolvidos e setores específicos. A gestão ativa, com foco em análise fundamentalista e flexibilidade para reagir às mudanças do cenário macroeconômico, será o diferencial para 2025.
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Confira a gravação completa do painel abaixo.