Ata mostra Copom coeso; Governo chinês surpreende mercados

No Radar do Mercado: documento mostrou comitê coeso e compromissado com a meta de inflação de 3%; na China, pacote de estímulos surpreendeu o mercado

Por Itaú Private Bank

3 minutos de leitura

Ata do Copom: comitê coeso

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) divulgou a ata de sua última reunião. O documento demonstrou uma coesão dos membros do comitê em relação ao início gradual do ciclo de aperto e outros aspectos do cenário macroeconômico.

As autoridades enfatizaram seu compromisso em cumprir integralmente a meta de inflação de 3%. Assim, indicou que não há inclinação para utilizar o intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos em torno dessa meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Em geral, a mensagem do texto não divergiu do comunicado divulgado logo após a reunião da semana passada, quando o comitê revisou sua estimativa de hiato do produto para território positivo (ou seja, a economia está operando acima de seu potencial), sinalizou que o balanço de riscos está assimétrico para cima e as expectativas de inflação estão desancoradas.

Acreditamos que o documento reforça a nossa expectativa de que o próximo movimento do Copom será um aumento de 0,5 ponto percentual na taxa Selic.

Governo chinês anuncia pacote de estímulos

As autoridades chinesas anunciaram um amplo pacote de apoio monetário, imobiliário e para o mercado de ações, surpreendendo as expectativas do mercado, tanto em termos de dimensão quanto de setores contemplados.

Entre as ações anunciadas pelo Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) está a redução da taxa de compulsório bancário (RRR, na sigla em inglês) em 0,5 ponto percentual, o que resultará em uma injeção de liquidez de cerca de 1 trilhão de yuans. Além disso, o PBoC sinalizou um novo corte até o final do ano.

Também foram divulgadas medidas como a diminuição da taxa de recompra reversa de 7 dias em 0,2 p.p., corte nas taxas de juros de hipotecas já contratadas e a redução do valor mínimo de entrada para a compra de uma segunda residência para 15%. As autoridades anunciaram ainda novos instrumentos de apoio ao mercado acionário e se comprometeram a fornecer apoio financeiro adicional se as medidas anunciadas não forem suficientes.

Nossa opinião: as medidas são positivas e reforçam a nossa projeção de 4,8% do PIB da China em 2024, uma vez que o estímulo fiscal foi intensificado recentemente e as medidas anunciadas agora fortalecerão ainda mais esse cenário. No entanto, esse cenário depende de não haver deterioração da demanda externa, que tem sido crucial para apoiar as exportações e o segmento de manufatura chinês.

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