Banco Central Europeu eleva taxas de juros

No Radar do Mercado: o Banco Central Europeu (BCE) aumentou suas três principais taxas de juros em 75 pontos-base; nos EUA, PIB voltou a subir após dois trimestres de queda

Por Itaú Private Bank

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Crédito: Getty Images

O Banco Central Europeu (BCE) elevou suas três principais taxas de juros em 75 pontos-base, com o objetivo de garantir o retorno da inflação para a meta central de 2% no médio prazo. A decisão já era esperada pelo mercado.

Com isso, a taxa de refinanciamento passa para 2,25%, a de depósitos para 1,50% e a de empréstimos para 2%. O comunicado destacou que a inflação continua pressionada, com o índice de preços ao consumidor de setembro (CPI, na sigla em inglês) chegando a 9,9% no acumulado de 12 meses. Assim, o BCE segue buscando reduzir o apoio à demanda, além de prevenir uma alta persistente nas expectativas de inflação.

O conselho espera aumentar ainda mais as taxas de juros e afirmou que baseará a futura trajetória das taxas na evolução das perspectivas para a inflação e economia, mantendo a abordagem reunião a reunião. Segundo o documento, no entanto, após a terceira alta consecutiva, o BCE julga ter feito progresso substancial na retirada do estímulo monetário.

Dessa forma, a magnitude do ajuste na reunião de dezembro estará sujeita às divulgações econômicas, com destaque para as próximas duas leituras de inflação. Atualmente, o mercado precifica elevação de 75 pontos-base (bps) para o encontro, mas a avaliação do BCE de que já se encontra mais avançado no ciclo de aperto pode implicar em aumento das apostas por uma alta de 50 bps.

PIB dos EUA sobe após dois trimestres de queda

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos apresentou uma alta de 2,6% no terceiro trimestre de 2022 em termos anualizados, na comparação com o segundo trimestre.

A leitura, divulgada pelo Escritório de Análise Econômica (BEA, na sigla em inglês), apresenta expansão da economia americana após dois trimestres de retração. Vale lembrar que esta é a primeira leitura, feita com bases em dados incompletos. Portanto, os números ainda estão sujeitos a revisões.

As principais contribuições positivas vieram de consumo, que surpreendeu as expectativas e avançou 1,4% no período, e balança comercial, com crescimento das exportações, em especial materiais industriais. Por outro lado, o componente de investimentos retraiu, com o investimento residencial fixo sendo o destaque negativo.

A leitura de hoje reforça que a desaceleração da economia americana é apenas gradual e afasta a narrativa de recessão iminente. Dessa forma, a divulgação não deve mudar a avaliação do Federal Reserve (Fed, banco central americano), que seguirá focado nas leituras de inflação e emprego para decidir a trajetória de sua política monetária para além da reunião da próxima semana.

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