Bancos Centrais da Europa e do Reino Unido elevam juros em 50 pontos-base
No Radar do Mercado: BCE elevou suas taxas e sinalizou um novo aumento de igual magnitude na reunião de março; no Reino Unido, o BoE também promoveu um ajuste de 50 pontos-base
Por Itaú Private Bank
O Banco Central Europeu (BCE) elevou suas três principais taxas de juros em 50 pontos-base, mantendo o ritmo de alta de dezembro. Com a decisão, já esperada pelo mercado, a taxa de refinanciamento passa para 3%, a de depósitos para 2,50% e a de empréstimos para 3,25%.
No comunicado, as autoridades sinalizaram que, diante da forte inflação subjacente, a expectativa é que os juros ainda subam e que a tendência é de mais uma alta de 50 pontos-base na reunião de março. Na sequência, irão avaliar os próximos passos, mas reiteraram que as decisões continuarão dependendo da evolução dos dados econômicos.
A indicação está alinhada à expectativa do mercado, que antes do encontro já precificava duas altas de 50 pontos-base, além de novas altas de 25 pontos-base em maio e junho.
No documento, os dirigentes reforçaram que a manutenção das taxas em níveis restritivos reduzirá a inflação com o tempo, ao diminuir a demanda e garantir uma proteção contra uma alta persistente nas expectativas de inflação.
O BCE também confirmou que irá reduzir sua carteira do Programa de Compra de Ativos (APP, na sigla em inglês) em um processo de aperto quantitativo (QT), em um ritmo de 15 bilhões de euros por mês, de março até o final de junho. O ritmo subsequente será determinado ao longo do tempo.
BoE também promoveu um ajuste de 50 pontos-base
O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) elevou nesta quinta-feira a sua taxa de juros em 50 pontos-base, para 4%, em linha com as expectativas.
Segundo o comunicado, a decisão não foi unânime. Dois dirigentes preferiam manter a taxa em 3,5%. O documento apontou que as pressões inflacionárias têm sido mais firmes do que o esperado no Reino Unido, e que o mercado de trabalho segue apertado, embora ambos tenham mostrado sinais de que atingiram seu pico.
A inflação atingiu 10,5% em dezembro. A autoridade monetária espera que a inflação desacelere para cerca de 4% até o final deste ano, e que volte para a meta de 2% no médio prazo. No entanto, reforçam que há incertezas
O comunicado ressalta ainda que, diante do atraso no efeito da política monetária na economia, as altas nos juros feitas até dezembro ainda devem causar impacto na atividade nos próximos trimestres. Além disso, reitera que o comitê seguirá avaliando de perto a evolução dos dados econômicos e que, se as pressões inflacionárias forem persistentes, novas altas de juros não estão descartadas. As projeções de mercado indicam que a taxa deva subir até 4,5% em meados de 2023.