Cockpit do Copom: início do ciclo de alta
No Radar do Mercado: Copom volta a se reunir com real pressionado, atividade aquecida e expectativas de inflação desancoradas; nos EUA, vendas do varejo e produção industrial vieram acima das expectativas
Por Itaú Private Bank
Cockpit do Copom: início do ciclo de alta
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central volta a se reunir hoje e amanhã, após semanas de intensa volatilidade e com fundamentos que justificam o início de um ciclo de alta de juros, começando em ritmo de 0,25 ponto percentual.
Desde a última reunião do Comitê, o real seguiu pressionado, próximo das máximas recentes, e os dados de atividade indicaram que a economia se encontra mais aquecida do que o Banco Central esperava. Além disso, as expectativas de inflação seguem desancoradas.
Diante deste cenário, estimamos que a taxa de juros necessária para trazer o IPCA de volta à meta seria de pelo menos 12,00%. Nesse contexto, o ciclo de alta, a princípio, não deve ser grande, totalizando 1,5 p.p. Projetamos taxa Selic de 11,75% ao final de 2024, começando com aumento de 0,25 p.p. em setembro, seguido por duas altas de 0,5 p.p. ainda este ano e uma alta final de 0,25 p.p. na primeira reunião do ano que vem.
Confira o relatório na íntegra.
Amanhã, divulgaremos nossa análise completa sobre a decisão do Copom no período da noite. Não perca!
Vendas no varejo dos EUA sobem 0,1% em agosto
Nos Estados Unidos, as vendas no varejo subiram 0,1% em agosto, desacelerando frente ao número de julho, que foi revisado para cima (1,1%), segundo o Departamento do Comércio americano. O resultado veio acima das expectativas do mercado, que esperava uma queda de 0,2%.
Enquanto isso, no segmento que exclui automóveis e gasolina, as vendas registraram alta de 0,2% no mês, abaixo do esperado (0,3%) e desacelerando na comparação com o mês anterior (0,4%). Já o grupo de controle, que tem maior relação com o componente de consumo do Produto Interno Bruto (PIB) americano, subiu 0,3%, conforme esperado pelo mercado, e desacelerando na comparação com a leitura anterior, revisada hoje para cima (0,4%).
Nossa visão: de modo geral, a surpresa positiva na leitura de hoje reforça a resiliência do consumo americano, que segue em trajetória de desaceleração apenas gradual.
Produção industrial nos EUA volta a expandir
Hoje também aconteceu a divulgação da produção industrial americana, que registrou alta de 0,8% em agosto na comparação mensal, bem acima da leitura anterior, revisada para baixo (-0,9%) e acima da expectativa do mercado, que projetava alta de 0,2% no mês.
A produção manufatureira também expandiu (0,9%) em agosto, após revisão para baixo do dado de julho (-0,7%). Enquanto isso, a utilização da capacidade da indústria avançou para 78,0%, acima dos 77,4% revisados do mês anterior.
Nossa visão: após uma leitura mais fraca em julho, em função de questões temporárias que afetaram a produção, como greves do setor automotivo e impactos do furacão Beryl, o setor industrial mostrou recuperação em agosto. À frente, os desafios cíclicos para a indústria continuam, e o consumo deve seguir como principal motor da atividade.
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