Concessão de crédito desacelera na China além do esperado

No radar do mercado: volume de novos empréstimos na China caiu além do esperado em junho e desacelerou acentuadamente frente ao mesmo período do ano passado

Por Itaú Private Bank

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Crédito: Getty Images

O volume de novos empréstimos na China caiu além do esperado pelo mercado. Segundo o banco central do país (PBoC, na sigla em inglês), os bancos concederam 679 bilhões de yuans, desacelerando acentuadamente frente ao mesmo mês de 2021 (1,08 trilhão) e abaixo das expectativas (1,12 trilhão).

O financiamento social total, uma medida ampla de crédito e liquidez na economia chinesa, foi de 756 bilhões de yuans em julho, também abaixo do consenso de 1,35 trilhão de yuans e do resultado de julho de 2021 (1,07 trilhão).

A base monetária da China (M2), que mede a capacidade de oferta de dinheiro pelos bancos, teve um acréscimo anual de 12% no mês, ganhando força ante o resultado de junho (11,4%). Porém, os bancos enfrentam dificuldades na concessão de empréstimos frente à recuperação econômica frágil e as incertezas do setor imobiliário no país.

O relatório mostrou moderação generalizada tanto na demanda de empréstimos de médio e longo prazo para o setor corporativo quanto na concessão de crédito às famílias (principalmente de hipotecas), refletindo preocupações acerca da situação epidêmica, mercado de trabalho e setor imobiliário. A leitura sugere um enfraquecimento da demanda doméstica no curto prazo, enquanto no Relatório de Política Monetária do 2T, o BC enfatizou o apoio direcionado à política de crédito, descartando a possibilidade de mais cortes de juros ou de depósito compulsório (RRR) neste ano.