Construindo um portfólio global: o que todo investidor precisa saber
Confira os destaques da conversa com Daniel Margi, Team Leader Investor do Itaú Private Bank, e Marcio Brito, Head Investor do Banco Itaú International
Por Itaú Private Bank
No último dia 15 promovemos uma live sobre diversificação internacional de investimentos exclusiva para clientes. A conversa contou com a participação de Daniel Margi, Team Leader Investor do Itaú Private Bank, e moderação de Marcio Brito, Head Investor do Banco Itaú International.
Confira os principais destaques:
Por que considerar a diversificação internacional?
- Recentemente, a recomendação de investimentos do Itaú passou a incluir, mesmo para perfis conservadores, uma maior parcela de alocação em ativos internacionais. Marcio Brito, Head Investor, explica que a diretriz tem como objetivo mitigar riscos excessivamente concentrados no Brasil – sejam eles políticos, econômicos ou cambiais.
- Clientes residentes no Brasil, com geração de renda e ativos majoritariamente em reais, naturalmente enfrentam uma concentração que pode comprometer o equilíbrio patrimonial. A exposição gradual a moedas fortes contribui para a resiliência do portfólio no longo prazo.
- Nossa atuação internacional considera o portfólio do cliente como um todo — unificando a visão entre ativos onshore e offshore — e orientando a alocação de forma estratégica, alinhada ao perfil de risco.
Composição de um portfólio global eficiente
- A alocação internacional deve refletir o perfil de risco do investidor. Perfis conservadores priorizam renda fixa de alta qualidade; já perfis mais dinâmicos incluem maior exposição a renda variável, com foco em mercados desenvolvidos.
- Na renda fixa internacional, as oportunidades vão desde títulos do Tesouro dos EUA, considerados livres de risco de crédito, até papéis high yield corporativos, com maior potencial de retorno.
- Na renda variável, o S&P 500 é uma referência importante: seu retorno histórico gira em torno de 8% ao ano. Outros mercados, como Europa, Japão e emergentes, complementam a diversificação setorial e geográfica.
- Vale destacar que, no exterior, os títulos são predominantemente pré-fixados, o que permite previsibilidade de fluxo, mas exige atenção com marcação a mercado e gestão ativa.
Estabilidade monetária e preservação de poder de compra
- Ao longo de nossa história, o Brasil viveu diversas transições monetárias, adotando diferentes moedas que, entre outros, tinha o objetivo de driblar os efeitos da inflação. Por outro lado, o dólar americano manteve sua estabilidade ao longo de 248 anos. Essa consistência constitui um pilar de confiança para investidores de longo prazo.
- Mesmo após o Plano Real, a moeda local sofreu significativa desvalorização. Daniel Margi assinala que a perda de mais de 87% do poder de compra entre 1994 e 2024 reforça a importância de se construir parte do patrimônio em moeda forte.
- Produtos com precificação global, como automóveis, eletrônicos e boa parte da cesta de alimentos, compõem uma parcela significativa do consumo das famílias brasileiras, em especial de alta renda. A inflação percebida tende a ser, assim, mais dolarizada do que sugere o IPCA médio.
Mercado local x empresas globais
- Para Daniel, é natural que investidores tenham familiaridade e conforto com empresas listadas em seu próprio país – o chamado home bias. No entanto, ao observar a dimensão dos mercados, fica evidente a diferença de escala entre o Brasil e os grandes centros financeiros globais.
- O valor de mercado total das companhias listadas na B3 ainda é inferior a algumas das empresas americanas, como a Meta, a Apple ou a Alphabet. Mesmo com os avanços recentes do mercado brasileiro – como a diversificação setorial e o aumento de IPOs – o universo de oportunidades ainda é restrito.
- Nos Estados Unidos, o investidor encontra acesso a empresas líderes globais em tecnologia, saúde, energia, defesa, consumo e inovação. Além disso, a liquidez e a profundidade do mercado permitem alocações temáticas via ETFs em praticamente qualquer setor da economia.
- Ampliar a exposição para além das fronteiras brasileiras significa investir em empresas que moldam tendências globais, com acesso a inovação, escala e crescimento que muitas vezes não estão disponíveis localmente.
Mito: é difícil competir com a renda fixa brasileira
- Comparar CDI com ativos internacionais pode gerar interpretações equivocadas. Isso porque, ao converter o CDI para dólar, o retorno relativo se reduz substancialmente, em especial em períodos de desvalorização cambial.
- Investimentos em renda fixa internacional, mesmo com juros historicamente baixos, demonstraram rentabilidade superior ao CDI dolarizado em janelas longas — com menor volatilidade e risco.
- Um portfólio balanceado global (composta por 60% em ações e 40% em renda fixa, modelo conhecido como “60/40”) historicamente entrega retornos ao redor de 8,4% ao ano. Mesmo carteiras mais conservadoras, com menor exposição a ações, entregam retornos superiores à inflação americana. Já o CDI ou a Selic, quando convertidos para dólares ao longo de janelas longas, mostraram desempenho inferior, com maior volatilidade, além de estarem sujeitos a ciclos de política monetária, inflação doméstica e câmbio.
Proteção cambial e o timing ideal
- Daniel explica que “tentar acertar o melhor momento do câmbio é um exercício com baixíssima previsibilidade”. Isso porque o câmbio é influenciado por inúmeros fatores (política, juros, fluxo, ruído externo) e muitas vezes reage de forma contraintuitiva.
- A recomendação, assim, é investir de forma planejada e em remessas regulares – mensais, trimestrais ou sempre que recebem dividendos –, que tendem a construir patrimônio no exterior de forma mais consistente.
Ao incorporar ativos internacionais à carteira, o investidor brasileiro amplia sua capacidade de preservação de patrimônio, captura oportunidades e mitiga riscos concentrados.
Com apoio especializado e planejamento, é possível construir um portfólio robusto, eficiente e global. Para mais informações, consulte sua equipe de atendimento.
Essa é uma comunicação geral sobre investimentos. As informações contidas neste texto não devem, em circunstância alguma, por si só, constituir fundamento para qualquer decisão de investimento. Antes de contratar qualquer produto, confira sempre se é adequado ao seu perfil.