Copom mantém a Selic; Fed e BCE sobem novamente os juros

Além das decisões de política monetária, a semana também foi marcada pela nossa revisão de cenário local e global

Por Itaú Private Bank

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Crédito: Getty Images/Itaú Private Bank

A semana foi marcada pelas decisões de política monetária. Por aqui, o Copom não desviou do consenso e manteve a taxa básica de juros em 13,75%, mas trouxe um comunicado levemente mais brando.

Nos EUA, o Federal Reserve subiu os juros e sinalizou que este pode ter sido o fim do ciclo de altas. Na zona do euro, o BCE desacelerou o ritmo de aperto, mas altas residuais ainda devem vir à frente.

Divulgamos também nossa revisão do cenário local, diante da atividade melhor no curto prazo, e global, com o aperto monetário próximo do fim.

Confira, abaixo, mais detalhes dos fatores que impactaram os mercados nos últimos dias.

Copom mantém Selic em 13,75%, como esperado

O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano. Reforçou que há uma desaceleração da economia, ainda que o mercado de trabalho mostre resiliência, e trouxe pela primeira vez uma projeção de inflação ligeiramente abaixo da meta até o final de 2024 em cenário em que a Selic é mantida constante por um longo período. Por fim, indicou que a situação demanda paciência e serenidade e que o risco de precisarem subir os juros se tornou menos provável.

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Fed eleva novamente juros em 25 pontos-base

O Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve (FOMC, na sigla em inglês) subiu os juros dos EUA em 25 pontos-base, mantendo o ritmo anterior. As taxas passaram para um intervalo de 5% a 5,25% ao ano, em linha com as expectativas. Agora, em vez de citar que “apertos adicionais poderiam ser apropriados", o comitê afirmou que vai avaliar os impactos defasados da política monetária na economia e os dados econômicos e financeiros para decidir se novas altas serão necessárias.

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Powell destaca que próximas decisões dependerão dos dados

Na coletiva após a reunião, o presidente do Fed, Jerome Powell, destacou que os próximos passos dependerão de como a economia se comportará e reforçou que, desde março de 2022, o FOMC já elevou os juros em cerca 5 pontos percentuais, colocando a política monetária em campo restritivo. Acreditamos que existe probabilidade considerável de que o Fed mantenha os juros no atual patamar na sua próxima reunião e sinalize que as taxas ficarão paradas por um bom tempo.

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BCE desacelera e eleva juros em 25 pontos-base

O Banco Central Europeu (BCE) elevou suas três principais taxas de juros em 25 pontos-base, reduzindo o ritmo de alta. Com a decisão, já esperada pelo mercado, a taxa de refinanciamento passa para 3,75%, a de depósitos para 3,25% e a de empréstimos para 4%. A desaceleração sinaliza que as autoridades enxergam um estágio avançado do ciclo de alta, mas novas altas residuais devem ser promovidas à frente.

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Revisão de Cenário – Brasil: atividade melhor no curto prazo

O arcabouço fiscal e as medidas de recomposição das receitas reduzem riscos extremos, mas trazem desafios à frente. Revisamos para baixo a projeção de inflação em 2023 para 6,0% e as estimativas para a taxa de câmbio em 2023 (para R$ 5,15 por dólar) e 2024 (para R$ 5,25 por dólar). Elevamos a projeção do PIB de 2023 para 1,4%. Quanto aos juros, mantemos a projeção para a taxa Selic em 12,50% a.a. ao final de 2023.

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Revisão de Cenário – Global: Fed parece ter encerrado ciclo de alta

Os bancos centrais estão perto de encerrar o ciclo de aperto global. Nos EUA, o aperto do crédito deve provocar desaceleração da atividade, mas sem recessão, e a inflação alta manterá a taxa de juros em 5,1% durante o ano. Esperamos que o BCE faça mais dois acréscimos de 0,25 p.p. nos juros, com a taxa terminal em 3,75%. Na China, a atividade ainda tem fôlego após a reabertura. Já na América Latina, não parece haver espaço para cortes de juros no curto prazo.

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Mercado de trabalho segue resiliente nos EUA

O relatório de folha de pagamentos dos EUA, o Payroll, indicou a criação de 253 mil vagas de trabalho em abril, acima das expectativas (de 185 mil). Por outro lado, houve uma expressiva revisão para baixo nos dados de março (de 236 mil para 165 mil). A taxa de desemprego recuou para 3,4%, e ganhos salariais por hora trabalhada cresceram acima do registrado em março e das projeções. Em suma, a criação de vagas segue sólida e com pressões salariais ainda presentes.

Inflação segue pressionada na Zona do Euro

A inflação ao consumidor da Zona do Euro permaneceu pressionada em abril, quando acelerou de 6,9% para 7,0% na comparação anual, acima do esperado pelo mercado (6,9%). A medida de núcleo, que exclui os itens mais voláteis como alimentação e combustíveis, desacelerou pela primeira vez em dez meses, passando de 5,7% para 5,6%, em linha com as expectativas.

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