Copom sinaliza corte nos juros em agosto

Enquanto o Copom sinalizou corte nos juros para a reunião de agosto, o Conselho Monetário Nacional definiu a meta de inflação para 3%

Por Itaú Private Bank

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Crédito: Getty Images/Itaú Private Bank

A política monetária ficou no centro das atenções dos investidores nesta semana. O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) sinalizou na ata da última reunião que vê condições para iniciar o ciclo de corte nos juros em agosto. Com isso, revisamos nossa projeção para o início do processo de redução da taxa Selic.

Já o Conselho Monetário Nacional (CMN) confirmou a meta de inflação em 3%, mas mudou o horizonte para o cumprimento da meta, que deixa de ser ano-calendário e passa a ser contínuo.

Confira os destaques da semana:

Ata do Copom sinaliza espaço para flexibilização na próxima reunião

A ata da reunião do Copom trouxe uma mudança de tom em relação ao comunicado da semana passada, apontando para uma flexibilização em agosto. O documento trouxe alguns elementos com tom mais duro, como o aumento da estimativa de taxa neutra de 4% para 4,5% e uma frase alertando contra um ciclo de cortes prematuro. No entanto, indicou que a maioria do comitê já vê condições, com inflação mais baixa e menor desvio de expectativas em relação à meta, que dariam confiança para iniciar, com parcimônia, um ciclo de flexibilização na próxima reunião.

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Relatório Trimestral de Inflação: PIB maior e inflação menor

O Relatório Trimestral de Inflação (RI) divulgado pelo Banco Central trouxe a elevação da projeção de crescimento do PIB em 2023 para 2,0%. A projeção da inflação medida pelo IPCA foi reduzida para 5,0% para este ano. Em relação ao cenário de crédito, o BC elevou ligeiramente as projeções de crescimento do saldo nominal de crédito para 2023 (para 7,7%) e indicou uma redução do risco de uma desaceleração das concessões mais intensa do que seria compatível com o ciclo de política monetária.

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Projetamos agora o início do ciclo de cortes de juros em agosto

Apesar das ressalvas mais duras e do receio de um ciclo prematuro de cortes, e considerando que a maioria prevalece, mudamos nosso cenário para o restante do ano. Agora, esperamos que o corte de juros comece em agosto, com uma redução de 25 pontos-base, levando a Selic para 12,25% a.a. no final do ano – especificamente, dois cortes de 25 pontos-base seguidos por duas reduções de 50 pontos-base. O Relatório de Inflação do 2T23 também mostrou projeções consistentes com início de um ciclo de corte de juros a partir de agosto.

CMN define meta de inflação em 3% para 2026

O Conselho Monetário Nacional (CMN) confirmou a meta de inflação em 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual. A partir de 2025, a meta passa a ser contínua (não mais ano-calendário). Se implementada com cautela, isso pode trazer avanços ao institucionalizar a prática do BC de mirar um horizonte contínuo para o cumprimento da meta e evitar medidas que distorcem preços relativos para mostrar a inflação dentro dos limites estabelecidos em dezembro, além de eliminar a necessidade de determinar a meta três anos à frente, o que ajuda a ancorar as expectativas de longo prazo e alinha o Brasil às melhores práticas internacionais.

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IPCA-15 desacelera em junho

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) desacelerou de 0,51% para 0,04% em junho, ligeiramente acima das expectativas (0,02%). Nos últimos 12 meses, o indicador acumulou recuou de 4,07% para 3,40%. A leitura corrobora o cenário de desinflação em curso, embora a inflação mais ligada a componentes inerciais siga em trajetória lenta de recuo. A inflação fechada de junho deve mostrar um número próximo de zero, impactado por uma deflação em alimentos, redução no preço de automóveis e cortes no preço da gasolina.

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Inflação dos EUA medida pelo núcleo do PCE desacelera em junho

O núcleo do Índice de Preços das Despesas de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) dos EUA desacelerou para 0,3% em junho, na comparação mensal, em linha com as expectativas. Na base anual, houve desaceleração para 4,6%, abaixo do esperado. Para o indicador “cheio”, que inclui itens mais voláteis, houve desaceleração para 0,1% na base mensal e 3,8% na anual. O resultado não deve alterar a visão do Fed (banco central americano) de que o indicador segue em patamar elevado e que há mais trabalho a ser feito no processo de aperto monetário.

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Inflação desacelera na zona do euro em junho

O índice de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro desacelerou para 5,5% em junho, na comparação anual, ligeiramente abaixo das expectativas. O núcleo do indicador, que exclui os componentes mais voláteis, como energia e alimentação, acelerou para 5,4%, mas abaixo do esperado. À frente, esperamos que o núcleo da inflação permaneça ao redor desse patamar em agosto e setembro, em linha com mais duas altas de 25 pontos-base nas taxas de juros do Banco Central Europeu (BCE) nas reuniões de julho e setembro.

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