Corte de juros e corrida presidencial dos EUA no centro das atenções

No International Markets deste mês, Marcio Brito, Head Investor do Itaú Private Bank Internacional, aborda o aumento da volatilidade e das incertezas econômicas durante o mês de agosto e comenta as expectativas de corte de juros na próxima reunião do Fed.

Confira os principais destaques:

• Agosto começou de forma conturbada para os mercados financeiros, com um aumento significativo da volatilidade e incertezas econômicas que geraram tensão entre os investidores. No entanto, após essa turbulência inicial, as bolsas de valores conseguiram se recuperar.
• O S&P 500, que chegou a cair 6%, terminou o mês com uma alta de cerca de 2,3%. Esse foi o primeiro mês de agosto positivo desde 2021. A rotação dos investidores para setores mais defensivos e a contínua recuperação de ações de crescimento ajudaram a sustentar o índice.
• Apesar da recuperação das bolsas, as taxas de juros não seguiram a mesma trajetória. A taxa do título do Tesouro Americano de 10 anos quase voltou para os níveis do início do mês, mas acabou fechando agosto cerca de 10 pontos-base abaixo, a 3,9% ao ano.
• Os dados semanais do mercado de trabalho nos Estados Unidos ajudaram a dissipar algumas das preocupações sobre uma desaceleração econômica mais forte, indicando que o mercado de trabalho continua resiliente, apesar dos desafios econômicos.
• Os dados do mercado de trabalho, o número forte do PIB, a inflação sob controle e a robustez das vendas no varejo contribuíram para afastar, pelo menos por enquanto, os temores de uma recessão. Também ajudaram a sustentar o otimismo nos mercados e reforçar a tese de que o chamado “soft landing” ainda é possível.
• A situação da China continuou a ser um ponto de incerteza global. A atividade econômica do gigante asiático mostrou sinais de fraqueza, com dados de produção industrial e investimento abaixo das expectativas, destacando as dificuldades da economia chinesa em retomar um ritmo de crescimento robusto.
• No cenário político, a corrida presidencial americana se intensificou no último mês com a confirmação da vice-presidente Kamala Harris como candidata oficial do Partido Democrata. Harris recebeu apoio de figuras importantes do partido, como o ex-presidente Barack Obama e as pesquisas mais recentes indicam uma disputa acirrada nos estados decisivos.
• Para esse mês, o foco agora se volta para a próxima reunião do Fed, que ocorrerá em setembro. Embora o mercado espere um corte nas taxas de juros, ainda existem dúvidas sobre a magnitude desse corte. As apostas estão divididas entre uma redução de 25 ou 50 pontos-base.
• A recuperação das bolsas e a resiliência do mercado de trabalho são sinais positivos, mas os desafios, especialmente no cenário global, continuam presentes, com particular atenção à China e aos conflitos geopolíticos em andamento.

A seguir, confira o vídeo na íntegra:

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