Economia chinesa desacelera em meio a novos casos de Covid
A semana foi marcada pelo corte nas taxas de juros chinesas, em meio à desaceleração da atividade econômica e piora nos casos de Covid-19 no país
Por Itaú Private Bank
Em meio à desaceleração da economia em julho e ao aumento de casos de Covid-19 no país, a China surpreendeu o mercado ao cortar suas taxas de juros de referência à taxa básica de empréstimos (LPR). Nos Estados Unidos, a ata do Federal Reserve reforçou que seu próximo passo depende da evolução dos dados econômicos, deixando a porta aberta para a manutenção do ritmo atual ou para uma desaceleração na alta dos juros em setembro.
Confira, abaixo, os fatores que impactaram os mercados nos últimos dias.
Economia chinesa desacelera
A produção industrial da China cresceu 3,8% a/a, abaixo da expectativa (4,5%) e do resultado anterior (3,9%). Já as vendas no varejo caíram de 3,1% para 2,7%. O indicador de investimentos fixos perdeu força, e o setor imobiliário não tem respondido aos estímulos do governo como nos ciclos anteriores. A taxa de desemprego caiu de 5,5% para 5,4%.
Banco central da China corta taxas de juros
Em meio à atividade mais fraca, o banco central da China (PBoC, na sigla em inglês) surpreendeu ao cortar taxas de juros de referência à taxa básica de empréstimos (LPR). A MLF de um ano foi reduzida para 2,75%, enquanto a taxa de recompra reversa de sete dias caiu para 2%. A redução pode levar a um corte na LPR no fim deste mês.
Casos de Covid-19 voltam a subir na China
Os casos de Covid-19 voltaram a subir na China e atingiram o maior nível em três meses. As contaminações estão mais concentradas em destinos turísticos, e os governos locais parecem focados em buscar um equilíbrio no controle da pandemia, colocando as cidades sob bloqueio temporário, geralmente por apenas três dias.
Fed prevê altas de juros, mas ritmo pode desacelerar
A ata da última reunião do Federal Reserve (quando os juros subiram 75 pontos-base e atingiram o chamado nível neutro) reforçou que seus próximos passos seguem dependendo da evolução dos dados econômicos até a próxima reunião. Nossa expectativa é de uma alta de 50 pontos-base em setembro, e uma taxa no intervalo de 3,75% a 4% ao final do ano.
Produção industrial nos EUA sobe 0,6% em julho
A produção industrial dos EUA acelerou em junho, de -0,2% para 0,6%, e ficou acima das projeções (0,3%). Na comparação anual, o crescimento foi de 3,9%. Sobre a utilização da capacidade da indústria, houve uma alta de 79,9% para 80,3%, enquanto a produção manufatureira subiu 0,7%, acima do esperado.
Vendas no varejo dos EUA ficam estáveis em julho
As vendas no varejo americano ficaram estáveis em julho (0%) em relação ao mês anterior, ligeiramente abaixo das expectativas (0,1%). Apesar da estabilidade, os subcomponentes reforçam uma economia ainda em ritmo sólido, o que ajuda a aliviar os temores de uma recessão na economia no curto prazo.
Conta corrente recua na zona do euro
O superávit em conta corrente da zona do euro caiu em junho para 116 bilhões de euros (0,93% do PIB) no acumulado dos últimos 12 meses, ante 140 bilhões de euros em maio (1,1% do PIB). O recuo reflete uma deterioração da balança comercial, especialmente devido aos altos preços de energia, impulsionados pelo conflito na Ucrânia.