Emprego formal no país cai pela primeira vez desde dezembro de 2020
No Radar do Mercado: a taxa de desemprego do Brasil atingiu 8,1% no trimestre encerrado em novembro; na Europa, BCE divulgou a ata de sua última reunião
Por Itaú Private Bank
A taxa de desemprego do Brasil atingiu 8,1% no trimestre encerrado em novembro, segundo dados divulgados pela Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). O resultado veio em linha com as expectativas do mercado.
Com ajuste sazonal, a taxa de desemprego permaneceu em 8,5%. A estabilidade ocorreu em razão do recuo do emprego (-0,7% na variação mensal) ter sido compensado por nova queda da taxa de participação (de 62,4% para 62%).
Tanto o setor formal quanto o informal recuaram. Vale destacar que o segmento formal vem perdendo força e no trimestre encerrado em novembro registrou sua primeira queda desde dezembro de 2020. Já o setor informal teve a quarta queda consecutiva. Apesar disso, a massa salarial real efetiva mensal avançou, impulsionada pelo aumento dos salários.
Em nossa visão, os dados confirmam a desaceleração do mercado de trabalho, movimento que deve continuar à frente. Esperamos um crescimento do PIB de 0,9% em 2023, impulsionado pelo setor agropecuário e afetado negativamente por condições monetárias apertadas e atividade econômica global mais fraca.
Ata do BCE indica que alta nos juros deve continuar
O Banco Central Europeu (BCE) divulgou a ata de sua última reunião, quando as autoridades desaceleraram o ritmo e elevaram suas três principais taxas de juros em 50 pontos-base.
O documento destacou que muitas autoridades mostraram uma preferência por um aumento maior nos juros, de 75 pontos-base. No entanto, a maioria concordou em um menor ritmo, acompanhado de uma mensagem mais dura, indicando que novos aumentos de 50 pontos-base seriam necessários para trazer a inflação para 2%.
Em relação à mudança na orientação futura para os reinvestimentos em sua carteira do Programa de Compra de Ativos (APP), anunciando um aperto quantitativo (QT) passivo a partir de março, alguns membros expressaram preferência por reduzir o portfólio em um ritmo mais rápido ou por encerrar completamente os reinvestimentos.
Dada a visão de que o recuo da inflação está concentrado em efeitos de base, mas que a dinâmica inflacionária segue preocupante, a ata mostrou que para os membros do BCE o processo de alta de juros ainda está longe de terminar. O tom duro do documento confirma a expectativa do mercado, sugerindo novo aumento de 50 pontos-base na reunião de fevereiro.