Expectativas pelas eleições nos EUA

International Markets: recente alta nos juros e as eleições presidenciais nos EUA em destaque na agenda dos investidores

Por Itaú Private Bank

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Crédito: Itaú Private Bank

No International Markets deste mês, Marcio Brito, Head Investor do Itaú Private Bank Internacional, analisa os principais eventos de outubro e explica como os investidores estão se posicionando em relação às expectativas de resultado das eleições presidenciais americanas.

Confira os principais destaques:

  • Primeiramente, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de setembro, divulgado no início de outubro, veio um pouco acima do esperado. Porém, o Índice de Preços ao Produtor (PPI) foi mais comportado, sugerindo que o PCE (o índice acompanhado pelo Fed) pode seguir uma trajetória menos preocupante, aliviando, ao menos em parte, as pressões sobre os juros.

  • Além disso, os EUA adicionaram 250 mil novos postos de trabalho em setembro, uma aceleração inesperada que reduziu a taxa de desemprego para 4,1%. indicando que alguns trabalhadores estão encontrando mais dificuldade para se recolocar e sugerindo uma possível desaceleração na demanda por novas contratações.

  • Tanto os dados de inflação quanto os do mercado de trabalho foram suficientes para impactar o rendimento dos títulos do Tesouro americano de 10 anos, que subiram consideravelmente. Esse movimento reflete o nervosismo dos investidores quanto a uma possível redução mais lenta dos juros.

  • Outubro também trouxe a divulgação dos resultados trimestrais dos principais bancos, que normalmente funcionam como um termômetro para a saúde do setor financeiro e da economia como um todo. JP Morgan, Bank of America, Goldman Sachs e Wells Fargo superaram as expectativas, com resultados sólidos em áreas como crédito ao consumo e aumento nas receitas de trading. No entanto, os números também destacaram alguns desafios, como o aumento nas provisões para perdas com empréstimos.

  • Na Europa, a situação é mais complexa. A economia alemã, que é a principal locomotiva europeia, continua enfrentando dificuldades, com a atividade ainda nos níveis de 2019, antes da pandemia. Esse crescimento lento reflete os desafios enfrentados pela Alemanha para retomar o ritmo, impactada pela desaceleração global e pela transição energética que afeta a indústria. Ou seja, apesar da fraqueza interna, o desempenho das empresas alemãs globalmente está sustentando o índice.

  • Com relação as eleições nos Estados Unidos, a maioria das pesquisas ainda aponta para um empate técnico, mas nos últimos dias surgiram sinais de que Donald Trump pode ter uma leve vantagem sobre Kamala Harris. Esse cenário tem levado investidores a se posicionarem para uma possível vitória de Trump, o que influencia as expectativas sobre políticas futuras, como cortes de impostos e estímulo à produção doméstica.

  • Vale ressaltar que parte dos eleitores já votou, enquanto Trump e Harris intensificam os esforços para alcançar aqueles que ainda não votaram e para incentivar a participação dos eleitores indecisos, já que o voto não é obrigatório nos Estados Unidos.

  • Para o próximo mês, o desenrolar das eleições americanas e possíveis atrasos na divulgação dos resultados oficiais devem ser acompanhados de perto, pois podem gerar volatilidade nos mercados. Além disso, do lado corporativo, teremos a continuação das divulgações dos resultados trimestrais, em especial das companhias de tecnologia nos próximos dias, o que nos dará mais informações sobre a saúde financeira das empresas em um ambiente de juros elevados.

  • Os investidores devem continuar focados na inflação e nas políticas dos bancos centrais. Qualquer sinal de alta nos preços pode reacender as especulações sobre uma postura mais conservadora do Fed.

Assista abaixo o vídeo completo:

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