Fed e BC britânico elevam juros em 75 pontos-base
No Radar do Mercado: Fed promoveu mais uma elevação de 75 pontos-base, mas sinalizou que pode mudar estratégia em dezembro; já o Banco da Inglaterra acelerou o ritmo de alta
Por Itaú Private Bank
O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) do Federal Reserve anunciou ontem mais uma elevação de 75 pontos-base nos juros dos Estados Unidos. Com isso, a taxa passou para um intervalo de 3,75% a 4% ao ano, em linha com as expectativas do mercado. A decisão unânime resultou no sexto aumento consecutivo neste ano e o quarto desta magnitude.
No comunicado, o Fed destacou os ganhos de emprego nos últimos meses e a baixa taxa de desemprego. Reafirmou que segue atento aos riscos inflacionários e que aumentos contínuos provavelmente serão necessários ao longo das próximas reuniões para trazer os juros a um nível suficientemente restritivo com o objetivo de trazer a inflação de volta para a meta de 2%.
No entanto, o Fed sinalizou que pode mudar a estratégia de aperto, potencialmente desacelerando o ritmo para 50 pontos-base, a depender da evolução dos dados nos próximos meses. Para determinar as próximas altas, as autoridades afirmaram que irão analisar o aperto acumulativo da política monetária e as defasagens que as elevações nos juros tendem a gerar na atividade econômica e na inflação.
Na coletiva após a reunião, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que é prematuro pensar em pausar o atual ciclo de alta e que os dados recebidos desde a última reunião sugerem que o nível das taxas de juros ao final do ciclo provavelmente será maior que o esperado anteriormente.
BoE acelera ritmo e eleva juros em 75 pontos-base
O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) acelerou o ritmo de alta e elevou nesta quinta-feira a sua taxa de juros em 75 pontos-base, para 3%, em linha com as expectativas do mercado. Este é o sétimo aumento consecutivo promovido pelas autoridades britânicas.
Segundo o comunicado, a decisão não foi unânime. Dos nove dirigentes, um votou por uma alta de 50 pontos-base, enquanto outro membro preferia 25 pontos-base. O documento também ressaltou os desenvolvimentos significativos na política fiscal do país recentemente e que as projeções para atividade e inflação descrevem uma perspectiva desafiadora para a economia.
A inflação, que foi de 10,1% em setembro, deve subir para 11% no quarto trimestre e o PIB deve cair ao longo de 2023 e primeira metade de 2024, à medida que os altos preços da energia e condições financeiras mais apertadas pesam sobre os gastos. A expectativa é que a inflação comece a recuar no início de 2023. As pressões inflacionárias devem seguir fortes nos próximos trimestres e cair para um pouco abaixo da meta de 2% em dois anos.
Segundo o comunicado, o comitê considera que novos aumentos podem ser necessários para trazer a inflação para a meta no médio prazo e que decidirá a magnitude das próximas altas a cada reunião. Também reforçou que há incertezas consideráveis e que, caso as perspectivas sugiram pressões inflacionárias mais persistentes, tomará as medidas necessárias.