Fed prevê novas altas de juros, mas ritmo pode desacelerar

No radar do mercado: ata do Fed aponta que, à medida que os juros entram em território mais restritivo, será apropriado desacelerar o ritmo

Por Itaú Private Bank

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Crédito: Getty Images

O Federal Reserve (Fed, banco central americano) divulgou a ata de sua última reunião, quando as autoridades elevaram os juros em 75 pontos-base, reconhecendo que os dados mais recentes de consumo e produção desaceleraram, mas que o mercado de trabalho permanece apertado e a inflação elevada. Com isso, a taxa passou para o intervalo de 2,25% a 2,5% a.a., atingindo o chamado nível neutro.

Na reunião, o comitê reforçou que antevê aumentos contínuos nos juros para as próximas reuniões, enquanto a ata mostrou que os participantes julgaram como um risco relevante a possibilidade de o público começar a questionar a determinação do comitê em ajustar suficientemente sua postura para combater a pressão sobre os preços.

Por outro lado, apontaram que, à medida que os juros entram em território mais restritivo, será apropriado desacelerar o ritmo para avaliar os efeitos cumulativos sobre a atividade e a inflação. Diversos participantes alertaram que, tendo em vista a constante mudança do cenário e as defasagens no efeito da política monetária, há o risco de apertar os juros mais do que o necessário para restaurar a estabilidade de preços.

Na última semana, a leitura mais fraca de inflação deu suporte às expectativas de que o Fed poderia desacelerar o ritmo já em setembro, com o mercado dividido entre apostas por 50 e 75 bps. Como indicado pelo banco central, a decisão segue dependente da evolução dos dados econômicos, com as leituras de agosto de inflação e emprego em foco até a próxima reunião.

Vendas no varejo dos EUA ficam estáveis em julho

As vendas no varejo americano ficaram estáveis em julho (0%) em relação ao mês anterior, ligeiramente abaixo das expectativas (0,1%). Também houve revisão para baixo da leitura de junho, de 1% para 0,8%.

Ao excluir automóveis e gasolina, no entanto, a expansão foi de 0,7% no mês, mantendo o ritmo de junho, enquanto a expectativa era de 0,4%. Já o grupo de controle, que possui maior relação com o componente de consumo do PIB, avançou 0,8% frente à expectativa de 0,6%. A leitura de junho foi revisada para baixo, de 0,8% para 0,7%, mas houve impulso positivo das revisões para cima dos dados de maio.

Apesar da estabilidade das vendas frente ao mês anterior, os subcomponentes reforçam uma economia ainda em ritmo sólido, o que ajuda a aliviar os temores de uma recessão na economia dos Estados Unidos no curto prazo.