Focus traz revisões em IPCA, PIB, câmbio e Selic após Copom

No Radar do Mercado: Banco Central divulgou nova edição do Relatório Focus com revisões nos quatro indicadores econômicos pesquisados após reunião do Copom na semana passada; na Europa, PMI composto fica estável, com expansão de serviços e estabilidade da indústria

Por Itaú Private Bank

5 minutos de leitura
Tabela com os principais indicadores do boletim Focus

O Banco Central divulgou nesta segunda feira, 23, mais uma edição do Relatório Focus. O relatório veio com mudanças nas projeções para a taxa Selic, oscilação na expectativa da inflação em 2025, aumento para o PIB deste e do próximo ano, além de reduções nas taxas esperadas de câmbio em 2025 e 2027.

A mediana das projeções para o IPCA de 2025 oscilou de 5,25% para 5,24%, ainda bem acima do teto do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual ao redor da meta de 3,0% ao ano definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2026, a estimativa se manteve em 4,50%, no limite do teto, e para 2027, 4,00%, dentro da banda superior da meta. Já as expectativas para a inflação de 12 meses à frente recuaram de 4,72% para 4,69%.

Sobre o PIB, o relatório do Banco Central apresentou uma oscilação da expectativa para 2025 de 2,20% para 2,21%. Já para 2026, a mediana das projeções aumentou de 1,83% para 1,85%, enquanto para 2027 se manteve em 2,00%.

Em relação ao câmbio, as estimativas para 2025 e 2027 registraram queda, saindo de R$/US$ 5,77 para R$/US$ 5,72 e de R$/US$5,80 para R$/US$5,75, respectivamente. Já para 2026, a pesquisa registrou estabilidade, mantendo a estimativa em R$/US$5,80.

Por fim, após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que decidiu elevar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 15,00% ao ano, as estimativas para a taxa Selic em 2025 foram atualizadas para a manutenção da taxa em 15,00% a.a. até o final deste ano. As demais taxas se mantiveram em 12,50% a.a. para 2026 e 10,50% a.a. para 2027.

PMI da Zona do Euro mostra serviços em expansão e indústria estável

O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) composto da Zona do Euro de abril foi divulgado nesta segunda-feira, 23, permanecendo em 50,2, abaixo da expectativa do mercado, que era de 50,4. Apesar disso, o número segue acima dos 50 pontos, o que indica que a atividade continua em patamar expansionista.

O indicador refletiu uma leve melhora no setor de serviços, que avançou de 49,7 para 50, em linha com a mediana das projeções. Já o PMI industrial permaneceu em 49,4, abaixo das expectativas do mercado (49,7).

Na divisão por países, a Alemanha foi o destaque positivo, sustentando a melhora no índice composto da região. No geral, a composição do indicador sinaliza que o desempenho da Zona do Euro segue próximo ao observado no primeiro trimestre, descontando os efeitos de antecipações pontuais.

Conflito no Oriente Médio

O presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou na noite de sábado, 21, que as forças armadas americanas realizaram um ataque contra três instalações nucleares do Irã de forma praticamente simultânea. O presidente disse que a ação foi bem-sucedida e pontual, e que não há pretensão de realizar novos ataques caso não haja retaliação por parte do Irã. O governo iraniano afirma que os danos causados foram limitados, mas, por ora, não há formas de apurar o dano real causado pelo ataque.

Nesse contexto, o mercado tende a observar de perto as reações do governo do Irã. Chama atenção a notícia de que o parlamento do país aprovou o fechamento do estreito de Ormuz, canal essencial para o comércio internacional de petróleo, por onde passa uma fatia relevante das exportações provenientes do Oriente Médio. Contudo, a aprovação do parlamento ainda não significa que o ato será de fato realizado.

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