Focus: projeções para inflação sobem novamente
No Radar do Mercado: relatório apontou alta nas expectativas para 2022 e 2023; na China, final de semana foi marcado por protestos contra política de tolerância zero contra a Covid
Por Itaú Private Bank
O Relatório Focus divulgado hoje pelo Banco Central apontou novas altas nas expectativas de inflação para 2022 (a quinta alta consecutiva) e 2023.
Na comparação com a semana anterior, o IPCA avançou para 2022 (de 5,88% para 5,91%), acima do teto da meta de inflação deste ano (de 5%). Vale lembrar que a meta central é de 3,50%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Para 2023, a projeção subiu de 5,01% para 5,02%, também acima da meta para o ano (de 3,25%). Para 2024, houve estabilidade em 3,50%, pouco acima do centro da meta de 3%.
Em relação à atividade econômica, a mediana para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2022 subiu de 2,80% para 2,81%. Não houve alterações para 2023 (0,70%) e 2024 (1,70%).
Na política monetária, as medianas das estimativas para a taxa Selic continuaram inalteradas para 2022 (13,75%) e 2023 (11,50%). Para 2024, porém, houve alta, de 8% para 8,25%.
No câmbio, houve alta nas projeções para 2022 (para R$/US$ 5,27) e para 2023 (para R$/US$ 5,25). Para 2024, a expectativa seguiu em R$/US$ 5,20.
Chineses protestam contra política de zero Covid
O final de semana foi marcado por protestos em grandes cidades chinesas devido à insatisfação da população com a política de tolerância zero contra a Covid-19. Um incêndio que matou 10 pessoas em um prédio que estava fechado na província de Xinjiang foi o estopim para as manifestações, que também mostraram insatisfação com o atual governo.
A alta de casos de Covid-19 segue em ritmo acelerado. Foram cerca de 40 mil novos casos nas últimas 24 horas. Pequim estuda aumentar as restrições, o que diminuiria a mobilidade para perto do menor nível neste ano.
Com a alta acelerada de casos, em meio a uma tentativa de flexibilização de restrições e o subsequente fechamento de cidades, as chances de mudanças políticas parecem ter diminuído no curto prazo. No médio prazo, as manifestações mostram que a política atual tem grandes custos e favorecem a reabertura no próximo ano.