IGP-M registra deflação de 1,93% em junho
No Radar do Mercado: IGP-M apresentou deflação maior do que o esperado em junho; Banco Central divulgou nessa manhã o Relatório Trimestral de Inflação
Por Itaú Private Bank
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) caiu 1,93% em junho, um recuo mais intenso do que o registrado em maio e do que o esperado pelo mercado (-1,73%). Com isso, a taxa acumulada em 12 meses passou de -4,5% para -6,9%.
Os preços no atacado registraram a maior queda no mês. No segmento industrial, houve influência negativa de preços dos combustíveis na refinaria. Na mesma direção, os preços agrícolas no atacado também recuaram, com destaque para milho e bovinos.
Em relação aos demais componentes do IGP-M, o indicador de preços ao consumidor também mostrou deflação, influenciado pelos preços menores dos grupos de transportes e alimentação. Por fim, os custos de construção mostraram aceleração em junho, puxados principalmente pelo componente de mão de obra.
Esse alívio observado na inflação no atacado deve beneficiar a inflação ao consumidor à frente. Esperamos que o IGP-M encerre 2023 com deflação de 1,6%, enquanto o IPCA deve atingir 5,3%.
Relatório Trimestral de Inflação: PIB maior e inflação menor
O Banco Central divulgou hoje o Relatório Trimestral de Inflação (RI). Entre as revisões de cenário, destacamos a elevação da projeção de crescimento do PIB em 2023, de 1,2% para 2,0%. A projeção da inflação medida pelo IPCA foi reduzida de 5,8% para 5,0% para este ano, e ficando em 3,4% e 3,1% para 2024 e 2025, respectivamente.
Em relação ao cenário de crédito, o BC elevou ligeiramente as projeções de crescimento do saldo nominal de crédito para 2023 (de 7,6% para 7,7%) e indicou uma redução do risco de uma desaceleração das concessões mais intensa do que seria compatível com o ciclo de política monetária.
De maneira geral, o RI mostrou projeções consistentes com o cenário de flexibilização monetária nas próximas reuniões. No momento, nosso cenário base contempla quatro cortes de juros este ano, começando com uma redução de 25 pontos-base em agosto, levando a taxa Selic para 12,25% a.a. no final do ano.