Inflação acelera na zona do euro e nos Estados Unidos

No Radar do Mercado: na zona do euro, indicador atingiu uma nova máxima histórica em setembro; nos EUA, a inflação voltou a subir após desacelerar em julho

Por Itaú Private Bank

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Crédito: Getty Images

O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro atingiu uma nova máxima histórica na leitura preliminar de setembro, acelerando de 9,1% para 10% na comparação anual. O resultado veio acima das expectativas do mercado (de 9,7%).

Entre os componentes, os preços de energia seguem em alta. Na sequência estão os grupos de alimentação, bens industriais não energéticos e serviços.

O núcleo do CPI, que exclui as pressões de energia e alimentos, também acelerou, de 4,3% para 4,8% a/a, acima das expectativas e sugerindo maior disseminação da inflação na região. Ao analisar o resultado por países, os CPIs da Alemanha e Itália seguem acelerando, enquanto na França e Espanha o indicador apresentou ligeiro recuo.

A leitura, portanto, indica que a inflação ainda não apresenta sinais de desaceleração, o que dificulta ainda mais o trabalho do Banco Central Europeu (BCE), que deve manter a postura mais dura, mesmo com os diversos desafios à atividade na região.

Vale lembrar que a autoridade acelerou o ritmo de alta nas taxas de juros na reunião deste mês, para 75 pontos-base. Para os próximos encontros, o BCE sinalizou aumentos contínuos nos juros, enquanto a expectativa do mercado se aproxima de nova alta de 75 bps.

Núcleo do PCE dos EUA acelera em agosto

O núcleo do Índice de Preços das Despesas de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos voltou a subir em agosto após desaceleração na leitura de julho, vindo de 0,1% para 0,6%, levemente acima das expectativas do mercado (0,5%).

Vale lembrar que o indicador é uma das referências usadas pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) em suas decisões de política monetária. Na comparação anual, a alta é de 4,9%, também acelerando frente ao registrado em julho e acima das projeções, ambas em 4,7%.

Para o indicador “cheio” do PCE, a aceleração foi mais intensa do que o mercado esperava, vindo de uma retração para alta de 0,3%. Na base anual, houve uma desaceleração para 6,2%, mas também frustrou as expectativas de uma queda mais forte.

Os gastos dos consumidores de julho foram revisados para baixo, mas aceleraram acima do esperado em agosto. O gasto real dos consumidores (ajustado pela inflação) do mês anterior também foi revisado para patamar negativo e subiu na leitura de hoje.

A leitura não só confirma uma inflação mais persistente no país como reforça o trabalho mais duro do Fed, que deve continuar elevando os juros nos próximos meses até chegar a um nível suficientemente restritivo com o objetivo de trazer a inflação para a meta.

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