Inflação desacelera nos EUA e desemprego recua no Brasil
No Radar do Mercado: a inflação medida pelo PCE nos EUA veio abaixo da expectativa do mercado em agosto; no Brasil, a taxa de desemprego seguiu recuando
Por Itaú Private Bank
Inflação americana desacelera em agosto
O núcleo do Índice de Preços das Despesas de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) dos EUA, que exclui os componentes mais voláteis, como energia e alimentos, subiu 0,1% em agosto, na comparação mensal, desacelerando em relação ao mês anterior e abaixo da expectativa do mercado, ambas de 0,2%.
Na base anual, o indicador avançou 2,7%, acima do dado de julho (2,6%), mas em linha com o esperado (2,7%). Vale lembrar que o indicador é uma das referências utilizadas pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) em suas decisões de política monetária.
O indicador “cheio” do PCE avançou 0,1% na comparação mensal, desacelerando levemente em relação ao resultado anterior (0,2%) e em linha com o esperado. Na base anual, o indicador recuou dos 2,5% registrados em julho para 2,2%, ligeiramente abaixo da expectativa do mercado, que era de 2,3%.
Nossa visão: de maneira geral, a leitura veio melhor do que o esperado pelo mercado, o que reforça o quadro de desinflação gradual no país e as expectativas de continuidade do ciclo de corte de juros iniciado pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) em sua última reunião.
Taxa de desemprego recua no Brasil
A taxa de desemprego do trimestre encerrado em agosto foi de 6,6%, segundo dados divulgados pela Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). O valor veio abaixo das nossas expectativas e da mediana do mercado, ambas de 6,7%. Com ajuste sazonal, a taxa de desemprego recuou para 6,6%, vindo de 6,7% no trimestre encerrado em julho.
A queda da taxa de desemprego foi resultado do aumento do emprego acima do aumento da força de trabalho. A população ocupada cresceu nos setores formal e, principalmente, informal. A taxa de participação, que tinha recuado na divulgação anterior, ficou estável neste período. Já do lado do rendimento, a massa salarial efetiva avançou 0,7%, impulsionada pela expansão do emprego associada ao aumento do rendimento médio.
Nossa visão: os dados seguem indicando um mercado de trabalho apertado. A taxa de desemprego seguiu recuando, enquanto os salários reais efetivos voltaram a subir, refletindo o dinamismo do mercado de trabalho. O mesmo comportamento foi observado na massa salarial. Acreditamos que a taxa de desemprego deve começar a subir, ainda que timidamente, nos próximos trimestres – em linha com alguma desaceleração da economia.
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