Inflação desacelera nos EUA e na zona do euro
No Radar do Mercado: o núcleo do PCE dos EUA e o CPI da zona do euro recuaram nas leituras divulgadas hoje; no Brasil, a taxa de desemprego caiu no trimestre encerrado em agosto
Por Itaú Private Bank

Inflação dos EUA medida pelo núcleo do PCE desacelera em agosto
O núcleo do Índice de Preços das Despesas de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) dos EUA, que exclui as pressões de energia e alimentos, desacelerou para 0,1% em agosto, na comparação mensal, enquanto a expectativa do mercado era de uma manutenção da taxa anterior (0,2%). Na base anual, houve um recuo para 3,9%, em linha com o esperado.
Vale lembrar que o indicador é uma das referências usadas pelo Federal Reserve em suas decisões de política monetária. O indicador “cheio” do PCE ficou em 0,4%, acelerando em relação a julho, mas levemente abaixo das projeções do mercado. Já na comparação anual, o indicador acelerou para 3,5%, em linha com o esperado.
Tanto o gasto nominal dos consumidores quanto o gasto real (ajustado pela inflação) cederam no mês, mostrando desaceleração do consumo americano na margem, em linha com a revisão para baixo do componente no PIB do segundo trimestre divulgada ontem.
Inflação da zona do euro cede em setembro
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro desacelerou para 4,3% em setembro, uma queda mais intensa do que o esperado pelo mercado. O núcleo do CPI recuou para 4,5% na base anual, um recuo também mais profundo do que o projetado.
De maneira geral, a leitura confirmou a expectativa de uma queda mais expressiva na inflação, em linha com o cenário de que o Banco Central Europeu (BCE) encerrou seu ciclo de aperto monetário na última reunião, com o foco passando a ser o período no qual as taxas devem seguir em território restritivo.
Taxa de desemprego cai para 7,8% no trimestre encerrado em agosto
A taxa de desemprego do Brasil recuou para 7,8% no trimestre encerrado em agosto, segundo a Pnad Contínua, em linha com as expectativas. Com ajuste sazonal, o indicador ficou estável em 7,8%. A queda foi resultado do aumento do emprego, que compensou a alta da força de trabalho. A taxa de participação ficou estável, enquanto a massa salarial real efetiva avançou.
Em geral, os dados continuaram a demonstrar a resiliência do mercado de trabalho, com expansão no segmento formal, apesar de ligeira queda no emprego informal. Mantemos nossa expectativa de que a taxa de desemprego encerre o ano em 8,0%.