Inflação desacelera na zona do Euro e PMI da China vem acima das expectativas
No Radar do Mercado: inflação na Zona do Euro desacelera com a menor pressão de energia e PMI da China vem acima das expectativas, sinalizando forte impulso na economia do país
Por Itaú Private Bank
De acordo com dados divulgados hoje pelo escritório de estatísticas da União Europeia (Eurostat), o índice de inflação ao consumidor (CPI) da zona do euro desacelerou de 8,5% em fevereiro para 6,9% em março, na comparação anual. O movimento, alinhado às expectativas, deve-se principalmente à menor pressão do componente de energia, que cedeu de 13,7% para -0,9%.
Por outro lado, o núcleo do índice, que exclui os componentes mais voláteis, como energia e alimentação, seguiu acelerando de 5,6% para 5,7%, também em linha com as expectativas. Ao analisar a composição do núcleo, os serviços também aceleraram, para 5,0%, enquanto os bens arrefeceram, para 6,6%. Ambos os movimentos refletem os movimentos identificados nas pesquisas de preços para os grupos.
Em linhas gerais, a leitura com o núcleo ainda em tendência de alta reforça o desafio enfrentado pelo Banco Central Europeu (BCE). Desta forma, o mercado deve manter a atual precificação de novas altas de juros nas próximas duas reuniões, enquanto acompanha os próximos dados de preços.
PMIs da China vêm acima das expectativas do Mercado
O Escritório Nacional de Estatísticas da China (NBS, na sigla em inglês) divulgou os dados de atividade referentes ao mês de março, que superaram as expectativas do mercado. O PMI manufatura ficou em 51,9 pontos, desacelerando frente à leitura anterior, mas acima da expectativa de 51,6.
Ao analisar a composição do indicador, houve desaceleração de produção e de novas encomendas, enquanto os preços de insumos mostraram queda, sugerindo que não há novas pressões inflacionárias.
Já o PMI não-manufatura subiu 1,9 pontos, surpreendendo a projeção de queda do mercado e atingindo 58,2, o maior patamar dos últimos 12 anos. O Índice de serviços e de construção atingiram novos recordes, impulsionados pela reabertura e contribuições positivas do mercado imobiliário.
Em geral, os dados de março reforçam o forte impulso da economia chinesa no 1º trimestre, e seguem indicando uma continuidade na recuperação de consumo, serviços e construção.
Núcleo do PCE sobe 0,3% em fevereiro
Um dos indicadores utilizados pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) em suas decisões de política monetária, o núcleo da inflação medida pelo PCE subiu 0,3% em fevereiro ante janeiro e 4,6% na comparação anual. A divulgação veio abaixo das expectativas do mercado, que projetava alta mensal de 0,4% e anual de 4,7%.
Além disso, os gastos dos consumidores avançaram 0,2% em fevereiro, ligeiramente abaixo da expectativa de 0,3%. A leitura marca uma desaceleração frente ao dado de janeiro, quando houve crescimento de 2,0% (valor revisado para cima hoje). Quando corrigidos pela inflação, os gastos dos consumidores recuaram 0,1%, em linha com o projetado e novamente apresentando desaceleração frente ao valor anterior (1,5%), também revisado para cima na leitura divulgada esta manhã.