Inflação dos EUA desacelera em julho

No radar do mercado: o CPI dos EUA ficou estável em julho, desacelerando na comparação com o resultado de junho. No Brasil, o volume de vendas no varejo teve uma queda

Por Itaú Private Bank

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Apesar da desaceleração, os preços de alimentos subiram e estão no maior patamar desde maio de 1979 (Crédito: Getty Images)

O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos ficou estável em julho (0%), desacelerando na comparação com o resultado de junho (1,3%) e abaixo do esperado pelo mercado (0,2%).

Na comparação anual, a alta foi de 8,5%, também abaixo do resultado anterior (9,1%) e das projeções (8,7%). Os preços de energia recuaram 4,6% no mês, puxados pela queda da gasolina e do gás natural, enquanto os preços de alimentos subiram de 1,1% m/m, alcançando 10,9% na base anual, o maior patamar desde maio de 1979.

O núcleo do indicador, que exclui itens mais voláteis, como alimentos e energia, avançou 0,3% no mês, enquanto a expectativa do mercado era de 0,5% m/m. Na base anual, houve estabilidade, em 5,9%, mas também abaixo das projeções (6,1%).

Vale destacar que a inflação segue disseminada, com o recuo de itens relacionados aos desequilíbrios gerados pela pandemia explicando parte importante da desaceleração do indicador. Ainda assim, a leitura foi bem recebida pelos mercados, aliviando o temor de um ciclo mais extenso por parte do Fed, que aumentaria o risco de recessão.

Em sua última comunicação, o BC reforçou que a trajetória para os juros segue dependendo da evolução dos dados. Com isso, as atenções devem seguir voltadas para as leituras de agosto de inflação e emprego, divulgadas antes da próxima reunião.

Vendas no varejo caem 1,4% em junho

No Brasil, o volume de vendas no varejo teve uma queda mensal de 1,4% em junho, segundo o IBGE. O resultado veio abaixo das expectativas do mercado (-1,0%). Na comparação com o mesmo período do ano passado, o recuo foi menor, de 0,3%.

A queda nas vendas foi generalizada entre as atividades pesquisadas. As principais influências negativas no mês vieram de tecidos, vestuário e calçados e do grupo de livros, jornais, revistas e papelaria. Por outro lado, o componente de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria mostrou crescimento.

No varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, as vendas recuaram 2,3% no mês, também abaixo das expectativas do mercado (-0,7%). O acumulado no ano foi de 0,3%, e o acumulado em 12 meses, de -0,8%.

Com esse resultado, as vendas do varejo cresceram 1,0% no segundo trimestre, enquanto no varejo ampliado houve um recuo de 1,4%. Nossotracker, estimativa de alta frequência, mantém um crescimento de 1,1% t/t para o PIB do segundo trimestre de 2022.