Inflação dos EUA desacelera mais do que o esperado em junho

No Radar do Mercado: o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA desacelerou em junho e veio abaixo das expectativas do mercado; no Brasil, o setor de serviços cresceu mais do que o esperado em maio

Por Itaú Private Bank

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Crédito: Getty Images

Inflação dos EUA desacelera mais do que o esperado em junho

O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos registrou uma alta de 0,2% em junho, acelerando ligeiramente na comparação com maio (0,1%), mas abaixo das expectativas do mercado (0,3%).

Na comparação com mesmo período de 2022, a alta foi de 3%, cedendo frente ao registrado no mês anterior (4%). O componente de energia caiu 16,7% nos últimos 12 meses, enquanto alimentos cresceram 5,7% em relação ao ano passado.

O núcleo do indicador, que exclui os itens mais voláteis, como alimentos e energia, também avançou 0,2%, desacelerando na comparação com o mês anterior (0,4%) e abaixo das expectativas (0,3%). Na base anual, a desaceleração foi um pouco mais forte do que o projetado pelo mercado, de 5,3% em maio para 4,8% em junho.

Dentro do núcleo, a desaceleração foi puxada especialmente por componentes que têm apresentado maior volatilidade desde a pandemia, como carros usados e tarifas aéreas, que cederam além das expectativas. Os componentes mais persistentes, por outro lado, seguiram trajetória de arrefecimento apenas gradual, conforme o esperado.

Em suma, a leitura segue apontando para uma desaceleração gradual da inflação nos EUA, mas com núcleos ainda em patamar historicamente elevado, em linha com a visão das autoridades do Federal Reserve (Fed, banco central americano). Portanto, o resultado de hoje não deve alterar a expectativa do mercado de uma alta de 25 pontos-base nos juros na próxima reunião do Fed, que acontece agora em julho, após a recente pausa no ciclo de aperto.

Setor de serviços cresce mais do que o esperado em maio

O volume de serviços no Brasil expandiu 0,9% em maio frente a abril, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE. Na comparação anual, o setor avançou 4,7%. Ambos os resultados vieram acima do esperado pelo mercado (0,3% na base mensal e 3,8% na anual).

A expansão no mês foi acompanhada por quatro das cinco atividades pesquisadas, com destaque para o setor de transportes, que recuperou parte da queda observada em abril. Vale ressaltar também os serviços prestados às famílias, que mantiveram praticamente o mesmo ritmo de desempenho de abril.

No sentido oposto, a única retração do mês ficou com serviços profissionais, administrativos e complementares, que emplacaram o segundo revés seguido.

De modo geral, o setor de serviços vem apresentando alguns resultados positivos, em linha com a resiliência do mercado de trabalho. Para o segundo trimestre, esperamos que o indicador encerre perto da estabilidade, com os serviços oferecidos às famílias registrando contribuições positivas. Após a leitura de hoje, nosso tracking (estimativa de alta frequência) para o PIB do 2T23 permaneceu em 0,3% tri/tri e 2,7% a/a.

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